Um grupo de taxistas promoveu manifestação, no início da noite de ontem, na avenida Senador Carlos Jereissati, em frente ao aeroporto Pinto Martins. O motivo do protesto foi a decisão, em caráter liminar, proferida na última segunda-feira, 21, que liberou em Fortaleza a atuação da Uber, empresa de transporte particular via aplicativo.
A partir das 17 horas, pneus foram queimados, o que bloqueou temporariamente a avenida Senador Carlos Jereissati, também conhecida como Avenida do Aeroporto. As chamas duraram cerca de 15 minutos, até que uma viatura de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros fosse ao local conter o fogo. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) também foi deslocada ao local, mas ninguém se feriu com o protesto.
A manifestação chegou a surpreender órgãos de segurança e trânsito. Isso porque havia o rumor de que ele ocorreria um pouco antes, por volta das 15 horas. Nesse primeiro momento, viaturas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) fizeram a segurança do local, impedindo qualquer bloqueio da avenida. Agentes da PRE chegaram a conversar com um grupo de 15 taxistas que se aglomerava na entrada da via que dá acesso ao embarque e desembarque de passageiros. Todavia, não houve manifestação mais significativa até então. O bloqueio da via aconteceu apenas quando a situação parecia estar mais calma e os agentes já haviam deixado o local.
“Foram taxistas que rodam na rua que bloquearam. Eles fecharam a via, colocaram fogo, mas foi rápido porque a Polícia chegou logo. Os taxistas que trabalham no aeroporto não se envolveram”, afirma o presidente da Cooperativa de Condutores de Táxi de Fortaleza (Coopertaxi), Lindemberg Batista Falcão.
Presidente do Sindicato dos Taxistas do Ceará (Sinditaxi), Vicente de Paula garante que a manifestação não foi organizada pelo sindicato e sim uma ação espontânea de taxistas insatisfeitos com a decisão judicial que liberou a atuação de motoristas da Uber na Capital.
“Amanhã vamos dar entrada no Ministério Público com uma petição contra a ação da Justiça em favor do aplicativo. Para mostrar que nós taxistas estamos trabalhando com a Prefeitura para regulamentar esse serviço feito por plataformas digitais no Brasil”, explicou Vicente.
A Prefeitura promete também recorrer da decisão que libera a Uber na Capital, alegando que o serviço não é regulamentado.
Fiscalização proibida
O protesto dos taxistas ocorreu um dia após o juiz Carlos Augusto Correia Lima, da 7ª Vara da Fazenda, proibir que órgãos de fiscalização de trânsito da Prefeitura impeçam a atuação da Uber em Fortaleza.
Com isso, órgãos como a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania não poderiam multar ou apreender veículos que prestam serviço a Uber por transporte irregular de passageiros. (colaborou Rubens Rodrigues).