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Onde as facções determinam como entrar ou sair
Cotidiano

Onde as facções determinam como entrar ou sair

O POVO foi a seis pontos de Fortaleza onde grupos criminosos expõem em muros regras de deslocamentos. As ameaças e a pouca presença do Estado deixam o rastro de medo nessas áreas
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ANCURI. Logo ao entrar na Alameda das Palmeiras, perto da BR-020, a equipe do O POVO foi avisada por moradores que, “pelo amor de Deus”, abaixasse o vidro do carro. Ao chegar ao lugar em que o motorista Guilherme Maia, 22, foi morto, foram vistas pichações que mandam abrir a janela e tirar o capacete e outra com o nome de facção.

A equipe de reportagem foi perseguida e obrigada a se retirar devido ao clima tenso no local.

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PARANGABA. Há duas semanas, O POVO publicou matéria com uma pichação em um muro da rua Pedro II: “Atenção Proibido Reuniões de equipes e grupos na praça. Ass: O crime. Não duvide”. De volta ao local ontem, a reportagem constatou que as pichações foram apagadas — como tinha sido prometido pela Regional 4. Mas, no mesmo local, outra inscrição predominava, com apenas duas letras grandes: “PM”, em alusão à Polícia Militar. Procurada pelo O POVO, a SSPDS não comentou o ato, que serviu como resposta ao grupo criminoso.

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CONJUNTO CEARÁ. Na Avenida I, em um dos muros, a pichação avisa para baixar o vidro e retirar o capacete. Os moradores evitam falar sobre o assunto, mas consideram o lugar “calmo”. Todos reconhecem que a maioria das pessoas obedece ao aviso quando passa por ali.

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VILA VELHA. O bairro é dividido em Vila Velha 1, 2, 3 e 4. O quartel do bairro está fechado e os policiais foram transferidos para o Antônio Bezerra. No prédio, foram escritas pichações com ofensas a policiais militares e o nome dos 3V (grupo criminoso do Vila Velha). Um morador disse que quem mora no Vila Velha 4 evita ir ao 1, ao 2 e ao 3 devido às desavenças entre grupos criminosos.

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AUTRAN NUNES. Na rua Souza Leão, perto da ponte que liga o bairro ao Genibaú, há uma barricada com pedras e lixo. Pela manhã, apenas pedras e um cavalete da Cagece obstruem parte da via. À noite, conforme moradores, lixo é colocado. Pessoas armadas fazem a “segurança”, para impedir que grupos rivais invadam o lugar. Segundo relatos, desavisados tomam um susto com a situação.

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COAÇU. Na Grande Messejana, o acesso ao Coaçu tem um aviso: “Evite problema. Ao entrar na comunidade tire o capacete e abaixe os vidros”.

Comerciantes taxam o lugar como “tranquilo”.“Eles mandam e a maioria das pessoas que passa aqui baixa os vidros. Alguns já não baixam”, contou um morador que pediu para não ser identificado.

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