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Governo alugará viaturas para substituir frota em manutenção
Cotidiano

Governo alugará viaturas para substituir frota em manutenção

Anúncio foi feito ontem, na solenidade de entrega de 329 viaturas próprias do Estado. Até o fim do ano, 600 veículos devem ser locados para compensar faltas por motivo de quebra ou problemas mecânicos
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O Governo do Ceará vai alugar carros para suprir o desfalque de viaturas policiais. A decisão foi compartilhada ontem, 10, pelo governador Camilo Santana (PT), ao entregar 329 veículos próprios para as polícias Militar, Civil, Rodoviária Estadual e a Perícia Forense, em solenidade na Arena Castelão. De acordo com o coronel Ronaldo Viana, comandante da Polícia Militar, o aluguel deve começar “pra ontem” e a intenção é de que, até o fim do ano, 600 viaturas locadas reforcem a frota.


“Sai um pouco mais caro na hora de alugar”, admite o governador. Mas, segundo ele, o custo compensa por não desfalcar a frota no momento em que uma viatura própria quebra ou fica paralisada por problemas mecânicos, por exemplo. Conforme o coronel Viana, a empresa que ganhar a licitação deve dispor de pelo menos cinco viaturas em condições de serem empregadas na substituição de uma que estiver com defeito.


A preocupação com o aumento da frota da segurança estadual, que hoje conta com 1.566 carros, deve-se também à convocação de 4,2 mil policiais militares até maio de 2018 — 1,4 mil em outubro, 1,4 mil em dezembro e o restante no próximo ano. “Tudo isso vai nos ajudar a ter mais presença policial nas ruas e reduzir o tempo de resposta do 190. A demanda é grande”, justificou o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa.


Tecnologia


As 329 viaturas entregues ontem são dos modelos Duster, Trailblazer, Pajero e Aircross e serão distribuídas em Fortaleza, Região Metropolitana (RMF) e nas regiões de Sobral e do Cariri. Para comprar os carros e equipá-los, foram investidos cerca de R$ 28 milhões. Entre os equipamentos que acompanham os veículos, o secretário André Costa citou smartphones — integrando rádio e georreferenciamento — e aplicativos de identificação de placas de automóveis roubados.


Além disso, Costa disse que, em breve, será possível acionar a central de emergência 190 também por um aplicativo para smartphone. “O cidadão vai poder passar a ocorrência (pelo celular) sem ter que telefonar, inclusive podendo passar fotografias e filmagens, com precisão da localização por GPS”, detalhou o secretário.


Ladeado por apoiadores políticos como vereadores, prefeitos, deputados e representantes do setor privado, o governador Camilo Santana aproveitou o momento para reforçar a falta de uma política nacional de Segurança Pública e para dizer que, devido aos recentes assaltos a banco no Estado, incluindo o que aconteceu em Ipueiras no último fim de semana, vai enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei “exigindo que as agências bancárias do Ceará utilizem tecnologia moderna para evitar esse problema”.


Tanto o governador como o secretário André Costa evitaram, porém, comentar abertamente o contínuo aumento nos índices de homicídios — último balanço da SSPDS registrou aumento de 217% em junho em Fortaleza. “Toda ocorrência é georreferenciada e, com mais viaturas e policiais nas ruas, a gente pode saturar melhor essas áreas”, comentou o secretário. Camilo, por sua vez, disse: “a Polícia está trabalhando, tem meu apoio. Nós estamos agarrados com o problema”.

 

Bate-pronto

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Moroni Torgan, vice-prefeito de Fortaleza


O POVO - Tratando de Fortaleza, qual seria a melhor estratégia de atuação da Polícia em relação ao aumento do número de homicídios este ano?


Moroni Torgan - Estamos começando um programa em conjunto com o Governo do Estado, de células de proteção comunitária. Essas células terão atuação mais específica. Sozinhas, não iam resolver. Mas, com a união das delegacias, das rondas que já existem, tenho certeza que até o ano que vem vamos ver esses índices baixarem.


OP - Como essas células vão funcionar?


Moroni - Pensando, principalmente, na política prevencionista. Tanto que, primeiro, foi montado um conselho municipal de proteção urbana.

Esse conselho tem uma secretaria executiva que vai funcionar na (sede da) vice(-Prefeitura) e é essa secretaria que vai coordenar ações das células de proteção comunitária. As ações serão basicamente preventivas. De primeiro grau, que seriam ações de urbanização; segundo grau, que seriam as de educação, cultura; e a de terceiro grau, que é a vigilância eletrônica. Vamos ter torres que vão monitorar em torno de 200 quarteirões. Estamos começando pelos lugares que tiveram maior índice de homicídios: Jangurussu e Barra do Ceará. Queremos botar 15 unidades dessas até o início do ano que vem.

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