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Sindicância apura denúncia de abuso sexual
Cotidiano

Sindicância apura denúncia de abuso sexual

O procedimento foi aberto na Ouvidoria do Município para apurar denúncias de abuso sexual e assédio moral contra o superintendente do IPM
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Tipo Notícia
Após denúncia de abuso sexual e assédio moral feita por uma funcionária contra o superintendente do Instituto de Previdência do Município, Vicente Férrer, a Secretaria da Controladoria e Ouvidoria Geral do Município instaurou processo administrativo para apurações. Ana Cristina Pimenta Noronha, responsável pela Célula de Gestão da Tecnologia da Informática do órgão, recebeu ontem a convocação para prestar esclarecimentos sobre a denúncia.

 

“Entrei com a denúncia nas três instâncias: Ouvidoria do Município, no Ministério Público e Defensoria Pública, e fiz o Boletim de Ocorrência na delegacia, no dia 22 de maio. Essa foi a primeira resposta. Espero que cheguem à conclusão que realmente aconteceu o que aconteceu e a Justiça seja feita”, afirma a funcionária.

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Com depoimento marcado para a próxima sexta-feira, 16, a funcionária diz que deve apresentar, além da própria versão sobre os fatos, testemunhas, provas em áudio e vídeo, os registros de solicitação para que passasse do horário do expediente, e nomes e relatos de outras mulheres que, conforme aponta, estariam passando por situações semelhantes no órgão.


Ana Cristina ainda conta que, após as denúncias, estaria sendo afastada veladamente de suas funções. “Estou indo trabalhar todos os dias, continuo nomeada, mas outra pessoa foi colocada como gestor da área de TI. Não me é deixado participar de nada do que eu fazia antes”, diz.

Caso

Como publicado no O POVO do dia 27 de maio, o suposto crime teria se iniciado em 8 de março. Ana afirma que foi, em ambiente de trabalho, assediada, beijada à força, além de ter tido parte da roupa retirada sem consentimento e coagida a colocar a mão no órgão genital do superintendente. “O que eu entendi depois de ler, é que beijar uma mulher à força já se configura estupro. Infelizmente, é sim estupro (o que eu passei)”, lamenta. Inicialmente, Ana Cristina relatou que teria sido vítima de assédio sexual.

 

Férrer não foi localizado ontem pela reportagem, mas, também na edição do dia 27, o superintendente rechaçou as acusações e afirmou que a funcionária o denunciou em retaliação a medidas de sua gestão à frente do IPM.


Por meio da Coordenação de Comunicação Social, a Prefeitura confirmou que houve a instalação de uma sindicância para apurar o fato. “Como se trata de um processo administrativo, não há réu nem acusador. A sindicância foi aberta após dois pedidos: primeiro do superintendente e posteriormente da funcionária. Serão ouvidas as partes e as testemunhas e recolhidas provas. A apuração ocorre para que o fato seja apurado exaustivamente em toda sua extensão e só após serem tomadas as medidas cabíveis. Seguramente haverá uma postura por parte da administração, mas quais seriam elas, em caso de confirmação ou não da denúncia, ainda não se pode aferir. O prazo, a contar de agora, é de três semanas para que o processo seja concluído”, comunicou.


Quanto às novas denúncias de que a funcionária estaria passando por assédio moral depois da queixa, a Comunicação da Prefeitura informou que é direito da funcionária abrir uma nova denúncia para que os fatos possam ser apurados em âmbito administrativo.


O POVO tentou contato com a assessoria do IPM para que o superintende e o órgão expressassem seus posicionamentos. As ligações, feitas a partir das 17 horas, para o telefone do órgão não foram atendidas. Os celulares da assessoria também foram acionados, sem êxito. Às 19h50min, telefonemas foram realizados para um número pessoal de Vicente Férrer e não foram atendidos. A Coordenação de Comunicação Social da Prefeitura foi informada dos insucessos, mas não se prontificou a auxiliar a intermediação do contato.

 

Serviço

 

Exibição dos programas

Quando: hoje e nos dias 17 e 24/6 e 1º/7, das 10h às 11 horas

Onde: Rádio O POVO CBN AM 1010

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