Há cerca de dois meses, a Polícia Civil investigava a entrada dos medicamentos na unidade, como psicotrópicos e antibióticos vendidos apenas com prescrição médica. Em áudios obtidos pelos investigadores, o servidor ainda teria alertado os presos sobre revistas na cadeia.
Um mandado de busca e apreensão foi expedido contra o suspeito há 15 dias e cumprido na casa dele, no Centro de Maracanaú. Na residência, os policiais encontraram diversos remédios. Eliano foi autuado em flagrante por receptação qualificada e armazenamento irregular de medicamentos.
“Nós encaminhamos para a Pefoce dizer qual a natureza dos medicamentos, mas aparentemente até veneno tem”, citou o titular do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Vicente Alencar. No depoimento à Polícia, Eliano negou os crimes. Disse ser uma espécie de “faz-tudo” da cadeia, cuidando do registro de presos, banhos de sol e contagem.
A operação também desencadeou busca na cadeia. Foram apreendidos mais de 30 celulares, drogas, como maconha e cocaína, e duas centrais de wi-fi. Pelo menos quatro detentos manteriam contato com o servidor e também devem ser autuados.
Segundo o delegado, o servidor mantinha “relação promíscua” com os presos e os familiares deles. A Polícia não descarta a ligação de Eliano com pessoas da Secretaria da Saúde de Maracanaú, que informou estar à disposição da Polícia e que colaborará com a investigação.
A operação Tarja Preta continua para prender os fornecedores dos medicamentos e outros envolvidos. (Amanda Araújo)