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Áreas de dunas ficam de fora da regulamentação do Parque do Cocó
Cotidiano

Áreas de dunas ficam de fora da regulamentação do Parque do Cocó

Com decreto assinado amanhã, parque terá 1,5 mil hectare de área protegida. Projeto é questionado por não incluir áreas de dunas na Cidade 2000 e na Praia do Futuro
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Apesar de questionamentos às propostas anteriores, o decreto de regulamentação do Parque do Cocó será assinado amanhã sem incluir áreas de dunas nos bairros Cidade 2000 e Praia do Futuro. 

Enquanto o Governo justifica a exclusão dos trechos pela falta de recursos para desapropriar áreas privadas, integrantes de movimentos em defesa do parque alertam para risco da desproteção dos terrenos, que poderão ficar sujeitos à especulação imobiliária.

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A poligonal a ser delimitada inclui apenas terrenos públicos e que serão transferidos da União e da Prefeitura para o Estado. O corredor de dunas teria cerca de 400 hectares de extensão, conforme nota pública assinada por 17 entidades, como Movimento Proparque, Movimento Pró-Árvore e Instituto Verdeluz. A nota questiona a decisão de deixar de fora as propriedades privadas, não protegendo de ameaças de construtoras e ocupações trechos importantes para o ecossistema do rio.

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Desde a qualidade da água doce até o clima de Fortaleza, são muitos os riscos em deixar as dunas vulneráveis à degradação, explica o professor Jeovah Meireles, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Com múltiplas funções ecológicas, elas formam reserva natural das águas da chuva e ajudam na condução da brisa marinha e na orientação dos ventos para a Cidade.

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Caso sejam suprimidas, as áreas perdem funções de controle de enchentes e das emissões de dióxido de carbono, cita. Ainda segundo ele, Fortaleza pode ir perdendo espaços de pesquisa científica, educação ambiental, ecoturismo e de contemplação da natureza.


Os trechos em questão têm pouco menos de 300 hectares e estão em Área de Preservação Permanente (APP), conforme o secretário estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno. A inclusão foi pensada no início do processo de regulamentação no governo de Camilo Santana. Mas a avaliação foi de que o Estado não teria recursos para desapropriação, pois há proprietários para as áreas de duna. “Claro que a gente pode futuramente pensar em incluir mais áreas. Isso é possível. Neste momento, nosso investimento será demarcar (o parque), cercar, criar condições para o bom uso da população”, acrescenta.


A proteção de 24 quilômetros do rio, diz o secretário, será possível com a criação do parque se estendendo também pelas regiões periféricas, como Passaré e Cajazeiras.


Na solenidade de assinatura, o Governo fará homenagens com a entrega de comendas “Amigos do Parque” para personalidades importantes nos 40 anos de luta para demarcação da área verde. Uma das homenageadas seria a geógrafa Vanda Claudino Sales. Nas redes sociais, ela manifestou publicamente que discorda da retirada das áreas de duna do parque, afirmando ainda que não receberá a comenda.

 

Números


40 anos é o tempo estimado da luta pela demarcação do Cocó

 

1,5 mil hectare será protegido com a demarcação da poligonal

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