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Suspeito preso confessa ter matado Débora Lohany
Cotidiano

Suspeito preso confessa ter matado Débora Lohany

Homem alegou que trabalha como flanelinha num cruzamento da região e, numa disputa por área, se desentendeu com familiares da menina, o que teria motivado o crime. Versão é contestada
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Preso por suspeita de ter matado a garota Débora Lohany de Oliveira, 4, o homem de 39 anos, capturado na manhã da última quinta-feira, 13, teria confessado o crime. O POVO apurou, junto a fontes que participam da investigação, que o suspeito afirmou, em depoimento, ter agido por vingança. O homem alegou que atua como flanelinha na região do crime, no bairro Aerolândia, e que teria se desentendido com familiares da menina em decorrência da disputa pela área de atuação, um cruzamento.


A versão, porém, não convenceu a Polícia Civil e foi refutada por pessoas próximas à família da vítima. “A mãe da criança (Daniele de Oliveira) está desempregada. Nunca trabalhou como flanelinha. Ela é casada com o padrasto da menina, mas ele é pensionista. Também não trabalha em cruzamentos. Nós acreditamos que tenha sido vingança, mas por outro motivo”, afirmou uma amiga de Daniele, que prefere não se identificar.


A mulher afirma que, poucos dias antes de raptar Débora, o suspeito teria atacado outra criança, de aproximadamente sete anos. “Ele agarrou a mão da menina e chegou a dar um beijo nela. Mas os pais da garota viram. A população pegou e bateu nele. A Polícia Militar chegou e levou ele, depois soltaram. Mas, na saída, ele disse que faria coisa pior”, detalha.


O suspeito preso tem deficiência no braço esquerdo, característica relatada por testemunha que presenciou o rapto de Débora. Razão pela qual outro homem, também deficiente, chegou a ser detido para prestar esclarecimentos, no dia 28 de março, sendo liberado em seguida.


Entretanto, a deficiência do suspeito capturado desta vez é mais específica: ele tem o antebraço esquerdo amputado e, por isso, é conhecido por moradores do bairro como “bracinho”.


“Não sabemos o que se passou na cabeça dele. Mas, no caso de ter sido vingança, o único motivo possível é esse. Fica difícil entender o porquê de alguém ter feito isso. Até porque não foi possível descobrir se a menina chegou a ser violentada. Esperamos que os exames de DNA revelem alguma coisa, mas acho difícil, por conta do estado de decomposição do corpo”, completou.


Traumatismo

O POVO também apurou que, durante depoimento, o suspeito apresentou comportamento “instável”. Ele teria dito que não chegou a abusar sexualmente da garota e que usou uma pedra para matá-la, o que justificaria o laudo apresentado pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce), que apontou o traumatismo craniano como possível causa da morte de Débora.

 

Até a noite de ontem, o suspeito continuava preso na sede da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

 

Para entender


27/3. Débora brincava com um amigo nas proximidades da av. Raul Barbosa, na Aerolândia, quando foi raptada por um homem, por volta das 20h40min. Buscas têm início.

 

28/3. Família faz B.O. e retrato falado do suspeito. Homem é detido, encaminhado à Dececa e liberado em seguida.

 

29/3. Vizinhos protestam cobrando respostas para o sumiço da menina. Segundo homem é levado à Dececa e liberado por não ser reconhecido por testemunhas.

 

3/4. Moradores voltam a protestar pela elucidação do caso.

 

4/4. Buscas são suspensas até o surgimento de novas pistas.


7/4. Corpo é achado por garis em um canteiro nas proximidades da Via Expressa, no bairro Dionísio Torres. Mãe de Débora reconhece as sandálias da filha.

 

10/4. Análise do DNA confirma que o corpo encontrado era de Débora e aponta traumatismo craniano como possível causa da morte.

 

13/4. Suspeito é preso e confessa crime. Ele teria sido capturado na cidade de Parnaíba, no Piauí, onde familiares dele residiriam. SSPDS informa que não divulgará detalhes até a conclusão do caso.

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