Supervisão profissional na musculação 

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Supervisão profissional na musculação

2018-11-05 01:30:00

Tenho por hábito me colocar no lugar do indivíduo prestes a começar um programa de exercícios e imagino o desconforto para tomar algumas decisões em assuntos que ele não domina. Por exemplo, ao ingressar em uma academia para começar a musculação, será que o modelo de supervisão profissional mais convencional atende minhas demandas de iniciante? Ou será que preciso de uma acompanhamento mais próximo como acontece nos serviços semipersonalizados ou quando se contrata um personal trainer para supervisão exclusiva?

A sensação relatada por quem nunca frequentou uma academia e entra em uma sala de musculação é um misto de expectativa, desconforto e insegurança, afinal como se sentir acolhido em um lugar repleto de equipamentos "ameaçadores" e pessoas desconhecidas que parecem treinar com pesos desde crianças, dada a facilidade com que manobram máquinas e acessórios?

Nesse momento, o professor responsável pela acolhida do novo cliente pode fazer toda a diferença e tornar esse cenário mais amistoso: um sorriso sincero, um olhar de compreensão sobre o desconforto alheio e principalmente a explicação que em breve ele também estará integrado naquele contexto.

O modelo convencional de serviço que normalmente se encontra na sala de musculação funciona assim: um ou poucos profissionais (ou estagiários) de Educação Física procuram dar suporte ao total de alunos que está treinando em determinado horário. Nesse modelo é preciso compreender que é limitada a disponibilidade profissional para orientar sobre os exercícios, corrigir técnica de execução ou mesmo responder uma dúvida. Apesar das limitações, há um público que se adequa bem a esse ritmo de acompanhamento: clientes com certa experiência no ambiente academia, que não apresentam restrições de saúde para a prática da musculação ou que dominam a técnica básica de execução dos principais exercícios.

Minha preocupação é com aquele sujeito que já apresenta condições restritivas de saúde, precisa iniciar um programa regular de exercícios físicos, nunca pisou em uma academia, ou já teve experiências mal sucedidas no passado que o devolveram ao sedentarismo. Indivíduos com essas características precisam receber uma atenção mais próxima, nem que seja nas semanas ou meses iniciais.

Investir em um serviço semipersonalizado ou contratar um personal trainer nesse momento é um investimento que costuma gerar ótimos resultados. O modelo convencional de supervisão profissional dificilmente produzirá a motivação para treinos frequentes ou as adaptações fisiológicas necessárias para atingir os objetivos relatados.

Obviamente que o custo dos serviços varia de acordo com o nível de supervisão profissional. Sugiro que ao pesar na balança de "custo x benefício", o cliente compreenda que apesar do custo constituir um critério muito importante, não obter os resultados esperados ou arriscar a saúde pode sair bem mais caro.

- "Professor, eu faço parte desse grupo que precisa de mais supervisão profissional, mas realmente não tenho condição financeira para isso"?

Nesse caso, é preciso considerar que qualquer exercício é melhor que nenhum e ao contratar um serviço no modelo convencional de supervisão (mais em conta), explicar ao profissional de Educação Física que vai lhe atender que por causa de suas limitações de saúde ou baixa aptidão física, você prefere um treino "conservador", com margem de segurança ampliada. Os resultados podem demorar mais, mas virão e sem o risco de comprometer sua integridade física.

Bons treinos!

 

Rossman Cavalcante

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