Astronomia no Ceará - Parte I
Mas eu não poderia escrever sobre o tema sem a valiosa contribuição do George Yure de Andrade Castro, professor de História, pesquisador e membro fundador do Clube de Astronomia de Fortaleza (Casf) que, de forma brilhante escreveu:
"A história da astronomia cearense teve seu início com os astrônomos amadores na década de 1940 especificamente. Porém, bem antes do surgimento da SBAA (Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia), o Ceará teve contato com essa ciência ainda no século XIX com a vinda da comissão científica exploradora em que veio o ilustre Gonçalves Dias. Essa comissão aportou aqui em 1859 vinda do Rio de Janeiro, e nela vieram ilustríssimos cientistas da época, o mais conhecido deles o poeta da canção do exílio. Fortaleza ainda era uma simples cidade provinciana, e naquele tempo já teve o prazer de ter um observatório astronômico, mesmo que simplório. O observatório astronômico do morro do Croatá, local onde hoje fica o IML, pegando a Marinha, a Emcetur e a Santa Casa de Misericórdia, foi palco de estudos astronômicos enquanto a comissão permaneceu em Fortaleza. Era uma casinhola simples de madeira que possuía aberturas móveis em seu teto para poder utilizar os telescópios na observação e outros instrumentos".
No livro "Temas Astronômicos volume II", Rubens de Azevedo relata que a comissão deixou o observatório sobre os cuidados do poder local, após se retirarem para o interior do estado para coletar material da cultura, da fauna e da flora local para o Museu Nacional. Para Renato Braga, em "História da Comissão Científica Exploradora", de 1962, documentos sugerem que o observatório só durou até 1863, quando depois de saqueado boa parte de sua estrutura, uma parte do material que era feito de bronze foi recolhido ao depósito de obras públicas, sendo depois leiloado.
No começo do século XX, tivemos a participação de figuras importantes aqui do Ceará que chegaram a fazer divulgação da astronomia, alguns inclusive participando do Instituto Histórico e Antropológico do Ceará, como Antônio Teodorico da Costa e Hildebrando Pompeu de Sousa Brasil, que chegaram a fazer trabalhos e palestras a respeito dos fenômenos celestes, como foi principalmente o caso do Antônio Teodorico, que além de produzir artigos de jornais sobre astronomia no jornal "O Unitário" chegou a proferir palestra sobre "eclipse solar" para o público intelectual da cidade.
BOM PARA CURTIR
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Para ver o que observar no céu de outubro, visite a página do Planetário Rubens de Azevedo no link "Astronomia / Céu do Mês"