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Os presentes celestes de dezembro

00:00 | 17/12/2017
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Caros amigos leitores da coluna Visões do Cosmos, no próximo dia 22 de dezembro, os raios solares incidirão perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio, isso significa o início do verão para o Hemisfério Sul e do inverno para o Hemisfério Norte. Para nós do Hemisfério Sul, os dias ficarão mais longos do que as noites e a temperatura tende a aumentar. Esse fenômeno acontece devido à posição e inclinação do eixo da Terra em sua trajetória em torno do Sol. O Trópico de Capricórnio é uma linha imaginária, definida pelos astrônomos e geógrafos, que passa pelos oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, atravessando mais de dez países de três continentes.

Corta o Brasil passando próximo da cidade de Sorocaba no interior do estado de São Paulo.


O mês de dezembro nos traz alguns presentes celestes ideais para observação a olho nu e também com binóculos e telescópios. Dentre vários deles, alguns se destacam nas constelações do Touro e do Orion.


O observador posicionando-se de frente para o Leste (Nascente), a partir das 20 horas, pode localizar a constelação do Orion onde se encontram as “Três Marias”. O Equador Celeste passa exatamente por entre as três famosas estrelas e divide o céu em dois hemisférios: à direita das Três Marias temos o Hemisfério Celeste Sul e à esquerda delas o Hemisfério Celeste Norte.


No lado Sul, além de inúmeras outras estrelas e objetos, destaca-se Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno e é um sistema binário de duas estrelas brancas orbitando entre si. Observando o mapa celeste nota-se que Sirius, as Três Marias e Aldebaran, estão quase em linha reta.


No Hemisfério Celeste Norte, acima e logo à esquerda das Três Marias, temos a antiga constelação do Touro, onde se localizam as Híades ( um grupo de estrelas em forma da letra “V” que representa a cabeça do touro), o aglomerado aberto Plêiades e a gigante Aldebaram, principal estrela da constelação do Touro.


As Plêiades formam um grupo de estrelas jovens ainda em formação, com idade estimada em apenas 50 milhões de anos. No Brasil são conhecidas como “As sete irmãs”, “Sete-estrelo” ou ainda “Terço”.

Aldebaram é uma gigante laranja 42 vezes maior do que o nosso Sol e está no final de sua vida, pois já gastou quase todo o seu combustível – o Hidrogênio.


Ainda na constelação do Touro pode-se observar a famosa Nebulosa do Caranguejo (Messier 1 ou M1). Trata-se de uma remanescente de supernova que foi registrada por astrônomos chineses e árabes no ano 1054. Essa nebulosa é uma superfonte de raios X e gama e se encontra a aproximadamente 6.500 anos-luz da Terra. No centro da nebulosa existe um Pulsar (uma estrela de nêutrons) que tem uma rotação de cerca de 30 vezes por segundo, emitindo uma forte radiação.


Sobre a constelação do Touro, Rubens de Azevedo escreveu no seu No mundo da Estelândia (Editora Nacional – 1968, pág, 59):


“ Que faz aí esse touro!? Não se sabe. Sabe-se, porém, que o touro foi um símbolo religioso de muitos povos. Os egípcios o adoravam sob o nome de Ápis ou Serapis; entre os sumérios, era chamado o Touro da Luz, chefiando o ciclo das estações do ano e manobrando todos os fenômenos celestes. Um touro sagrado era sacrificado a Mitra pelos antigos hindus, antes do nascer do Sol.


Todos os cultos do touro parecem ter tido a mesma origem nessa constelação, cujos chifres “abriam o ano e representava a mensagem da primavera”. Na mitologia clássica, o Touro representa uma das formas tomadas por Zeus numa de suas incursões à Terra. Foi sob essa forma que ele seduziu a bela Europa, filha de Agenor, rei da Fenícia.”

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