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O retorno do caçador

00:00 | 26/11/2017
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Caros amigos leitores da coluna Visões do Cosmos, o mês de dezembro se avizinha nos trazendo fascinantes objetos astronômicos ideais para observação com pequenos telescópios, binóculos e até mesmo a olho nu. Dentre vários deles, um se destaca em especial — a grande Nebulosa do Órion.


O observador, posicionando-se de frente para o leste (nascente), a partir das 20 horas, pode facilmente localizar a constelação do Órion, onde se encontra um grupo de três estrelas popularmente conhecidas como: “as Três Marias”. Outro nome bastante popular para esse grupo de estrelas é: “os Três Reis Magos”. No mapa astronômico, os nomes verdadeiros dessas estrelas são: Mintaka, Alnilam e Alnitak.


Vale a pena observar a belíssima Nebulosa do Órion, ela é fácil de localizar. Em um local sem poluição luminosa e sem nuvens no céu, o observador poderá vê-la a olho nu. Basta mirar um pouco à direita de Alnilam (a Maria do meio). Claro, com um binóculo ou telescópio, a observação é bem melhor. A Nebulosa do Órion é uma gigantesca nuvem de gás, um berçário de estrelas. Nela, se encontram milhares de estrelas bebês em formação.


Uma bela estrela brilhante na constelação do Órion é Rigel.

Localizada acima e à direita das Três Marias, é uma supergigante branco-azulada 74 vezes maior do que o nosso Sol.


Betelgeuse é a principal estrela da constelação do Órion. Está localizada abaixo e à esquerda das Três Marias. É uma supergigante vermelha. Estudos estimam que essa estrela possui entre 15 e 20 massas solares. Ela foi a primeira estrela além do Sol a ter seu diâmetro medido. Foram detectadas pulsações na estrela e seu raio apresenta variações com perda de material para o meio interestelar.

Betelgeuse está “morrendo”, encontra-se em sua fase final de vida e se transformará em uma supernova, o mesmo que acontecerá com o nosso Sol daqui há cerca de 5 bilhões de anos. Quando Betelgeuse explodir, algumas previsões estimam que brilhará como a Lua cheia durante algumas semanas, mas é improvável que os raios gama nos afetem. Sua distância é de 643 anos-luz, ou seja, 643 vezes 10 trilhões de quilômetros de nós.


Um céu limpo, sem poluição luminosa, é muito importante para um astrônomo. Veja o que o Caçador de Estrelas, Rubens de Azevedo, disse em uma conferência para astrônomos amadores em fevereiro de 1997: “Para compreender o meu fascínio pelo firmamento era preciso morar em Fortaleza dos anos 40, quando o céu se arqueava como um dossel estrelado sobre a cidade adormecida. Quando o alfange dourado da Lua Nova iniciava a sua seara incessante; quando o amarelado Saturno nos fitava no meio do céu; quando a pupila torva e vermelha de Marte andava à cata das guerras...

Quando o Carreiro de São Tiago cortava a Praça do Ferreira no sentido diagonal e por ele julgávamos ver o caminhar das almas em busca da Região dos Mortos...


O céu de Fortaleza era uma tela filigranada, onde se desenhavam as constelações gloriosas — ora, o gesto turbulento do Órion, cuja clava apontava para o Touro; ora, o ninho faiscante das Plêiades; ora, a horrenda baleia à espera de devorar a inocente Andrômeda; ora, Cepheu e Cassiopéia nos seus tronos olímpicos; ora o grande Navio Argos, levando em seu bojo os valorosos argonautas, companheiros de Jasão, na busca incessante do Velocino de Ouro. O céu era o panorama das aventuras miríficas que os antigos guardavam,mas que, infelizmente, o progresso apagou dos nossos olhos...”


O caráter transdisciplinar da Astronomia é da mais alta importância para a inovação no ensino e a popularização da Ciência e Tecnologia.

Vou encerrar nossa coluna de hoje fazendo uma justa homenagem à Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ) – importante instituição de ensino superior da região que, entre os dias 16 e 18 de novembro, sediou o 66º Erea (Encontro Regional de Ensino de Astronomia e Astronáutica), assumindo diversos custos e disponibilizando gratuitamente toda infraestrutura necessária para o sucesso do encontro. Participaram professores dos municípios de Aracati, Icapuí e Jaguaruana, cujas prefeituras patrocinaram as condições necessárias para a participação dos professores. Cada escola participante recebeu uma luneta e todo o material das oficinas para que os professores reproduzam, junto aos seus alunos, o que aprenderam no encontro. Esse foi o 7º Erea que realizamos em cidades do interior do Ceará.

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