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Rasgou-se o véu da empulhação

2018-02-18 00:00:00

 
Desde o desfile da escola de samba Paraíso de Tuiuti, rasgou-se o último véu da empulhação política, com as pessoas se dando conta do conto do vigário que lhes foi aplicado pela velha elite escravocrata na tentativa – segundo o enredo - de abolir a Lei Áurea e fazer retornar condições de trabalho do tempo da escravidão, com precarização e terceirização, jornada intermitente e inalcançável aposentadoria. O golpe do impeachment foi dado não só para isso, mas também para entregar aos estrangeiros o pré-sal, a Petrobras, a Eletrobras, a indústria naval, a engenharia nacional e reduzir a cacos a soberania da Nação.

CORDÉIS


Como tal plano jamais seria aprovado pelas urnas, derrubou-se a presidente honesta para se colocar no seu lugar o Vampirão (e sua récua de sanguessugas), montado no alto de um carro do qual sobressaem mãos manipuladoras a moverem, através de cordéis, manifestoches com camisas da Seleção. Nunca uma aula de história política fora dada de maneira tão didática e criativa para uma imensa plateia, emocionada, que delirava no Sambódromo. Para completar, uma faixa no alto da Rocinha advertia que se prenderem Lula, “o morro vai descer”. A resposta não tardou: intervenção no Rio de Janeiro. Coincidência?


LOGRO


Errar é humano (e até desculpável quando se é vítima de um truque ilusionista, como aconteceu com os manifestoches). Desfeito o logro, estes podem juntar-se aos grupos que antes já haviam descoberto a trucagem das forças manipuladoras e, assim, formar um único bloco, tanto contra os corsários estrangeiros que estão saqueando o País, como contra seus ajudantes, os entreguistas. Ambos têm pressa em terminar o “serviço” e estão aflitos diante da demora em se prender Lula. Sem essa prisão, o golpe não atingiria o objetivo final. É preciso “parar a sangria” e “com Supremo e tudo”, segundo o impávido senador Jucá, enquanto ele próprio e seus companheiros de “malas artes” escapam pela tangente.

BOM SENSO


A pergunta circulante é: será que não dá para entender que prender Lula sem provas seria total falta de bom senso? Mais ridículo, se comparado às malas de dinheiro e contas na Suíça de seus adversários. Além disso, Lula é uma multidão. No mínimo, a metade do País. É o líder político que a maioria do povo brasileiro manifesta claramente querer reconduzir ao governo, por ser uma referência de esperança de dias melhores. Bem como, de pacificação do País, por força da legitimidade consagradora de que é portador. Apesar de massacrado por décadas, só faz ganhar, cada vez mais, prestígio interno e externo. Retirá-lo da disputa seria uma violência contra a democracia e a Constituição. Que governo poderia ser estável e legítimo depois disso? Como não enxergar que por trás disso estão forças estrangeiras interessadas em se apoderar do País e torná-lo um fantoche?

ARAPUCA


Os EUA já não escondem a intenção de transformar a América do Sul num novo Oriente Médio. Querem abocanhar o petróleo da região.

No Brasil, seu plano foi um sucesso: depois de espionarem Dilma e a Petrobrás - como revelou o Wikileaks - e armarem a arapuca da Lava Jato, fomentaram o golpe de 2016, destituindo a governante eleita pelo povo, que havia reforçado o projeto de Lula de utilizar o pré-sal para resgatar a Educação brasileira. Tentaram fazer o mesmo na Venezuela. Mas, lá, houve resistência. Preparam agora a invasão daquele país. Ações psicossociais estão em curso: cerco econômico, quedas forçadas no preço do petróleo, desabastecimento interno e criação de uma situação de penúria para as pessoas. Que fogem, assustadas, como é natural. A CIA incita a guerra fratricida entre países vizinhos, criando problemas na fronteira. Se botarem os pés na Amazônia, os americanos não sairão mais. E, aí, quem nos defenderá? Os patos amarelos? 

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