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"O amor é lindro, mas é vrido"
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Jornalista, compositor, escritor, humorista, cantor e pesquisador da cultura popular. Escreveu várias composições em parceria com Falcão. É autor do livro

Tarcísio Matos arte e cultura

"O amor é lindro, mas é vrido"


Em meio a esse “chuvuêro” todo, vem à mente a história do homem que queria vender a casa, botou placa na porta e esperou comprador. Uma semana e nenhum pé de pessoa. Sentiu vontade de tomar uma bicada de cana e deixou o filho menor de idade no lugar. Deu sorte, logo aparece interessado.


Bruguelo solícito guia o candidato. Que pretende mudar-se imediatamente. Passa em revista cada compartimento. Muro firme, armadores pra 35 redes, cacimbão, mangueira botando. A casa é “comprável”. Mas, a pergunta derradeira feita ao menino – na natural sinceridade do menino – espanta o sujeito.


- Tem goteira?


- E muita. Mas fique tranquilo, doutor! É só quando chove!!!


Mortinho da silva!!!

[QUOTE1]

Bernadete casou-se tinha mais de 70 anos. O marido Arquibaldo, viúvo de 85. A família do velhinho aprovou o casório por entender da necessidade de companhia. Casal desfruta de harmonia apenas dois anos, em sítio isolado da cidade. Velhinho começa enguiçar. Uma semana de dores, mezinhas, preces e o homem piora.


A urgência impõe a Bernadete alugar carro de praça e partir à busca de médico 20 quilômetros dali. Ninguém da família dele, nos arredores, avisado. Enfim, paciente medicado no hospital e já o alívio. Na mente dela, “eu já devia ter trazido meu bebê ao dotô”. Ainda sonolento, Arquibaldo é posto no banco do passageiro e faz do ombro esquerdo dela o amparo amoroso onde repousará a cabeça até em casa.


Viagem longa. Bernadete nem bem respira para não acordar o príncipe. Dez minutos de estrada e o braço totalmente dormente, doendo, mas ela não se bole. Feito “estauta”, impossível ver o jeitão do moribundo. Grunhe benditos. Chegam ao sítio. Familiares de Arquibaldo flecham para o carro. Madrasta pede silêncio, “o pai de vocês dorme”. Um dos rapazes se aproxima e observa o corpo lívido, hirto...


- Dorme o quê, Bernadete! Pai tá é morto!


E tava!!!


Sem assunto


O amigo Giovani Oliveira conta que o saudoso Chico Júlio era figura ilustre em Iguatu. Espirituoso e dono de um humor contagiante. Certo dia, preparava-se para tirar a sua soneca depois do almoço quando o telefone toca e a filha dele atende:


- É da residência do senhor Francisco Holanda?


- É sim.


- Ele está?


- Está.


- Eu gostaria de falar com ele.


A moça se dirige ao pai, já cochilando, e fala:


- É pro senhor.


Seu Chico, bocejando, atende. A voz do outro lado da linha despeja:


- Senhor Francisco, aqui é da Ôi. Parabéns! Estamos com uma promoção em que o senhor poderá falar duas semanas de graça. Duas semanas! O senhor aceita?


O genial Chico Júlio, responde:


- Aceito não minha filha! Eu tô tão sem assunto!

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