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Velhos amigos!
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Velhos amigos!

esportes
O trabalho nas divisões de base do Ceará começa a apresentar resultados técnicos. Primeiro foi o Arthur, centroavante rompedor, que cabeceia e chuta muito bem, e agora aparece esse Felipe Jonatan, lateral ou ala-esquerdo, que joga bola como se estivesse chupando um picolé.

 

Como o Arthur, que foi contratado pelo Palmeiras, o Felipe Jonatan também vai embora. Não sei para onde, mas vai. Essa passou a ser a sina do futebol brasileiro. De modelo de futebol a ser copiado no mundo, passamos a ser exportadores da matéria-prima.

 

Voltemos às divisões de base do Ceará. Ali na década de 1980 vivi um período que agora recordo. Fui técnico do juvenil do Ceará. O dirigente Adelmo Aquino foi taxativo: não tenho interesse de título quero que sejam revelados alguns jogadores para o time profissional.

 

Dei sorte e peguei uma boa geração vinda de divisões inferiores. Um retoque aqui, outro ali, um aproveitamento das características de cada um dentro dos sistemas a serem aplicados, a importância da preparação física, uma palavra de incentivo e estamos prontos para jogar.

 

Não! Não estamos. Intuitivamente, as habilidades mentais já faziam parte do meu repertório e as dimensões sociais são fundamentais. São jovens em formação e é preciso estabelecer com cada um deles uma relação transparente e sincera, de modo a não provocar frustrações numa relação que por si já é competitiva.

 

O que se ganha com isso? O clube ganha e a sociedade mais ainda. Não é por acaso que esses juvenis do meu tempo criaram um grupo no WhatsApp intitulado "Os Velhos Amigos". Embora não seja assíduo das redes sociais, de vez em quando dou uma zapeada e vejo como eles andam.

 

Teve gente que se firmou como titular. Outros, compuseram o elenco e, alguns, foram fazer outra coisa. Fico envaidecido quando algum deles diz que viraram técnicos de futebol por minha causa, mas o bom mesmo é encontrá-los e comemorarmos o momento alegre e educacional que vivemos.

 

Não sei se as escolinhas de futebol espalhadas pela Cidade e nem se o trabalho de base desenvolvidos nos clubes têm um olhar para o lado educacional. Se não tiver, é bom se organizar para isso. O futebol é um poderoso instrumento de transformação social.

Foto do Sérgio Redes

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