O ex-jogador Sérgio Redes, ou
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
Apresentei-me ao Fortaleza às 13 horas de uma tarde de outubro de 1971. O treino só começaria às 15 horas, e, fiquei por ali, debaixo de uma mangueira, batendo papo com o roupeiro Jurandir. Num dado momento minha atenção voltou para o campo e não desgrudei mais.
Um jogador de baixa estatura, sem camisa, vestindo um short azul e calçando tênis branco, desferia uma saraivada de chutes em direção à meta, defendida pelo goleiro do juvenil. Os chutes saíam de todas as maneiras. Bola parada. Bola em movimento.
Quase todos eles entravam no ângulo ou próximo a ele naquele lugar onde os locutores e comentaristas dizem que a coruja faz o ninho. Mais tarde o Jurandir nos apresentou e comentei o que tinha visto. "Estou bem! Mas o Castilho quer que eu volte para marcar".
Um parêntesis, caro leitor. Naquele tempo estava começando a se cobrar dos jogadores talentosos a marcação e lembro bem que o Castilho era irredutível nesse aspecto tático, acredito até que por influência do seu ex-técnico no Fluminense, Zezé Moreira, que adorava uma retranca.
Lamentei muito quando passados alguns dias Mozart me informou que ia
mesmo parar de jogar. Até brinquei: eu chego para jogar e tu para. Disse que continuaria técnico do juvenil porque com o seu pai, coronel Mozart, e seu irmão, Moésio Gomes, formavam um tripé de sustentação do clube.
Lá se vão 48 anos desde a minha chegada, mas a imagem da primeira vez que vi Mozart foi revivida na minha mente ao ver, pela televisão, a extraordinária festa promovida pelos tricolores na comemoração do centenário do clube no sábado passado no Castelão.
A câmera da TV captando o gigantesco mosaico azul, vermelho e branco formado por milhares de tricolores e a minha cabeça girando junto e assistindo emocionado a festa do futebol a quem reverencio na pessoa falecida de Mozart Araújo Gomes: o maior craque da história do Fortaleza.
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