O ex-jogador Sérgio Redes, ou
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
Quem primeiro me despertou para a singularidade do Ferroviário foi o Paulinho da Viola. Tinha vindo fazer um show em Fortaleza e demos uma chegada no Castelão para ver o Ferroviário jogar. A torcida coral dava o ar de sua graça apitando a buzina do trem.
Ano retrasado acompanhei a volta do Ferroviário à primeira divisão. Lula Pereira era coordenador técnico. Conversava sobre as dificuldades financeiras que o clube vivia e o esforço que diretoria, jogadores, comissão técnica e amigos do clube fizeram.
Com o retorno à primeira divisão e o vice-campeonato cearense em 2017, as portas das copas do Brasil e do Nordeste e da série D foram abertas. O ano 2018 prometia, e criou-se na cidade uma expectativa de o Ferrim reacender a chama presente nos seus torcedores.
Um parênteses, caro leitor O Ferrim é o segundo clube de muita gente. Escrevo Ferrim porque sou das antigas. João Saldanha, falecido comentarista, publicava matérias na sua coluna no Jornal do Brasil, e o Paulinho da Viola, quando me encontrava, perguntava: e o Ferrim?
Voltemos ao futebol. O Ferrão, como querem os mais novos, iniciou o ano disputando três competições. Das citadas acima, apenas a série D ainda não começou e é preciso ter um elenco bom e com muitos jogadores para suportar a sucessão de jogos e viagens.
Bem-sucedido na primeira fase da Copa do Brasil, passou a escalar um time
reserva para a Copa do Nordeste, poupando seus jogadores para os jogos do Campeonato Cearense e Copa do Brasil, de olho nos polpudos prêmios oferecidos pela CBF para quem avançasse na competição.
Por sorte, competência ou ironia dos deuses do futebol, o Ferroviário chegou às oitavas de finais da Copa do Brasil. E, por conta de ter passado de fases, já embolsou mais de quatro milhões de reais, o que lhe dá tranquilidade financeira para montar uma boa equipe e tentar subir para a série C.
O time se despediu ontem do Estadual. Para que chegasse às semifinais, tinha que vencer o Fortaleza e torcer para Uniclinic e Iguatu empatarem. Vi alguns jogos e fiquei com a impressão de que os jogadores só pensam em atacar. Senti falta de uma boa marcação.
Senti falta também da buzina que desapareceu dos jogos. Dou uma ligada e do outro lado da linha o Faustino Chaves, repórter da rádio Assunção, que cobre o Ferrim há 34 anos, me diz que o dono da buzina, Vilemar Marques, não vai mais aos estádios. Pena! Ela apitava avisando que o trem ia passar.
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