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O futuro a deus pertence
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Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, é especialista nas áreas de História da Arquitetura e do Urbanismo, Teoria de Arquitetura e Urbanismo, Projeto de Arquitetura e Urbanismo e Patrimônio Cultural Edificado. Escreve para o Vida & Arte desde 2012.

O futuro a deus pertence


Que Brasil eu quero para o futuro, moço? Perguntinha difícil, mas vamos lá. Para começar, um país que seja menos desigual e que ofereça mais oportunidades a quem é pobre. Aqui as diferenças entre sexo, cor, raça e instrução escolar fazem com que pobreza e injustiça social ganhem contornos perversos e dramáticos, mistura esta que se transforma na mãe de todos os nossos mais graves problemas. Continuando, que se acabe o preconceito contra a miríade de gêneros que colorem o nosso cotidiano. Devemos respeitar a inclinação sexual alheia para que a nossa seja igualmente respeitada. Que a violência seja reprimida com base na lei e na ordem, mas também que se dê chances a quem precisa. Não é só com bala e viatura que a parada é resolvida.

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Ah, os nossos três poderes, coisas mais sem futuro. Como gostaria que o executivo, atualmente dirigido por um vampiro, estivesse nas mãos de alguém comprometido com o bem estar da nação e não envolvido num cipoal de corruptas safadezas e às voltas com a venda dos nossos principais ativos. O tal legislativo, com suas duas casas lideradas por gente da pior estirpe, poderia representar muito melhor o povo e os estados brasileiros e não dar espetáculos vexatórios de triste e recente memória, enrolado até a medula em negociatas e tramóias mil.

Quanto ao judiciário, vergonha nacional, que se manifestasse nos autos dos processos e fosse imparcial, diferente dessa fuleiragem que aí está, injusta, chicaneira, malandra, sacana, vaidosa, tendenciosa, sebosa, venal etc.


Que a população brazuca se ilustrasse e conhecesse quem verdadeiramente são seus verdadeiros inimigos. Que gente como o bozonazi, o mineirinho, o príncipe (fajuto) dos sociólogos, a rainha do papo furado, o meio reles, o santo chuchu do pau oco e o careca, entre muitos e muitos outros, fizessem uma longa viagem sem retorno. Que o rentismo, a financeirização e a judicialização da vida tivessem fim. Que Pindorama vislumbrasse boas perspectivas e não as deste sombrio beco sem saída onde está metida. Que ninguém precisasse responder a enquetes idiotas como esta a que estou submetido, cuja finalidade talvez seja a de servir de subsídio a interesses eleitoreiros. Está muito ingênuo, muito piegas? Ok, ok. Que chovesse todo santo dia no Ceará. E aí, melhorou?


Um Brasil de primeira começa pela minha cidade. Que a nossa elite supere a sua lamentável mentalidade bodegueira. Que a classe média aperreada perca o seu complexo de barata viciada em Baygon. Que a prefeitura recupere o Centro, acabe de uma vez com o divórcio entre a zona central e o mar, arrume uma solução para as feiras de Messejana e Parangaba, devolva vitalidade à Praia de Iracema, coloque na sua agenda a causa da habitação popular, entre tantos urgentes desafios, e não caia na ciranda da roda gigante. Que chacinas e vinganças sejam retiradas do noticiário. Que o Vozão seja campeão da Série A e o Leão continue achando que ganha com dois resultados iguais. E então, cara, filmou tudo? Ok, pode levar o celular e a carteira, mas deixe o do busão...

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