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Coquetel
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Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, é especialista nas áreas de História da Arquitetura e do Urbanismo, Teoria de Arquitetura e Urbanismo, Projeto de Arquitetura e Urbanismo e Patrimônio Cultural Edificado. Escreve para o Vida & Arte desde 2012.

Coquetel


A Brennand Bandeira


Depois de um bom tempo, voltei a fazer palavras cruzadas. Não me perguntem por que, pois não saberei responder. Terá sido o medo da chegada do Alemão, que faz o corpo, a partir da cabeça, esquecer de si? Ou algo para preencher aquele espaço de tempo entre o café da manhã e a saída para o trabalho? Não sei, só sei que estou às voltas novamente com os enigmas que entrecruzam as pedras de amolar (duas letras), as autoridades egípcias (cinco letras) e os antigos altares (três letras), entre outros vocábulos. Há dilemas éticos também: manter-se puro, mesmo odiando não poder resolver o desafio todo, ou dar uma espiadela no banco de palavras ou entortar o pescoço para ver a solução de ponta-cabeça? Help me, o que é “encanto pessoal” em inglês (só duas letras)?


Fruta típica do semi-árido (quatro letras). O cajá, proustiano como ele só, deita-se nos espaços que lhe são reservados no puzzle, juntamente com a chegada da notícia da partida do Seu Juarez. O homem imperturbável por trás de um bigodão grisalho que elevou o sorvete de frutas à condição de obra de arte. Limão, goiaba, tangerina, graviola, coco, o de tapioca, que ele inventou. O tal que sempre se levantou antes do sol, talvez para acordá-lo e chamar-lhe à responsabilidade de dar início ao dia. O alquimista que perguntava se o seu produto tinha gosto de sabão ou gasolina, tirando sarro da cara do freguês. Há muito que o sorvete do Juarez deveria ter sido registrado como patrimônio imaterial de Fortaleza. Sua fórmula? Simples: fazer a gente voltar a ser menino.

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Obra artística ou decorativa que recobre uma parede ou parte dela (seis letras). Foi uma alegria ver o famoso painel que o artista Valber Benevides pintou para o saudoso Cais Bar restaurado e exposto no Centro Cultural Belchior. Quanta boêmia está impregnada naquele mural, que é a cara de uma Praia de Iracema que não há mais. E o bom é que a pintura é como coração de mãe, sempre cabe mais um cantor ou compositor. O pensamento voa e vai bater nas coisas do Rafael Sânzio, do El Greco e até do Peter Blake, autor da copiadíssima capa do Sgt. Peppers dos Beatles. Outro bem, desta vez material, que merece ser tombado por expressar a cultura moleque desta cidade. Certa vez, no bar, um amigo me disse que a Gal Costa piscava para ele. “Mude de arma”, propus.


Presidente do Brasil entre 2003 e 2011 (quatro letras). Um assunto dominou a semana: a condenação de Lula por Moe, Larry e Curly, os 3 Patetas do TRF-4. Bem, a meu juízo, a decisão só fez aumentar o tesão de quem opera no campo popular da política em ganhar a eleição presidencial deste ano. O Tranca-rua 9 Dedos está lá na frente e, preso ou livre, é uma tremenda ameaça à canalha reacionária do Bananão. Os exemplos de Gandhi, Mandela e Mujica estão aí. Vem um coxinha e me sopra no ouvido “Alckmin” como solução para Candidato à Presidência da República (sete letras). “Picolé de chuchu”, respondo, “aliás, já comprou o abadá do bloquinho Baratas com Baygon, membro de um rígido grupo religioso judeu; hipócrita (sete letras)?”. Acertei o fariseu e concluí o jogo.

 

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