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Aos trancos e barrancos
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Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, é especialista nas áreas de História da Arquitetura e do Urbanismo, Teoria de Arquitetura e Urbanismo, Projeto de Arquitetura e Urbanismo e Patrimônio Cultural Edificado. Escreve para o Vida & Arte desde 2012.

Aos trancos e barrancos


A Totonho Laprovítera


Semaninha osso gesta que passou. O mundo parece que deu para fumar maconha mofada (ou teria bebido Mafú com Removedor Faísca?). É uma doidice atrás da outra, não importa a latitude nem a longitude, o GPS do planeta Terra está mais abirobado do que os dos motoristas dos táxis clandestinos. Por falar nisso, foi hilária a reunião do trade hoteleiro cearense: todos chegando de Uber para falar mal do AirBnb. Quando é no dos outros é refresco, não é, gente fina? Na casa desse povo não tem espelho e sobre a penteadeira (é o novo!) há sempre uma garrafinha de óleo de peroba. Talvez seja este o nosso problema: pregar e não praticar ética. Vão à Europa, acham o velho continente lindo, andam de ônibus e de metrô e, na volta, ligam o trator.


E o pau quebrou em Charlottesville. A outrora considerada melhor cidade para se viver nos EUA, túmulo de Thomas Jefferson, autor da Declaração de Independência estadunidense, assistiu ao duro embate que rendeu três mortos entre manifestantes anti-racismo e supremacistas brancos. Fato: a Guerra Civil norte-americana não terminou. As feridas são profundas e nunca cicatrizaram. Mr. tramp (isso, revisor, com minúscula e “a”, o que dá, traduzindo, “fuleiragem”) sacou esse clima para abiscoitar o

voto dos red necks confederados, prometendo-lhes mundos e fundos, daí a sua cínica posição. O que pega é que essa turma gosta de atirar em alvos humanos. Negros, índios, latinos, mulheres, imigrantes e malaquias, não necessariamente nesta ordem...


Enquanto isso, o representante almofadinha da elite paulistana, o prefeito ausente da cidade mais suja e abandonada do Brasil, veio a Fort City para falar no ouvido do PIB local o que este adora ouvir. Seu discurso, monocórdio, odioso e sem propostas, centra-se no bombardeio incessante do Belzebu de Nove Dedos. Ao tempo em que cá dizia suas bobagens, o dito cujo demônio era recebido com festa por uma multidão em Cruz das Almas, na Bahia. Ambos os públicos, com certeza, amargaram o mega-rombo financeiro produzido pelo (des)governo do vampiro, que engorda para emagrecer, segundo seus áulicos. As ramblas de Barcelona, onde o nosso Neymar bateu tanta perna, estão cobertas de sangue. E o Castanhão, numa má, sovinando água para a Loura...


Ah, sim, o gilmar mendes (revisor, não tem mesmo tipo menor?), o buldogue de toga, livrou da cadeia, por duas vezes no mesmo dia, o Rei dos Ônibus carioca. Para quem tem sangue de barata: de barato, duas sentenças jurídicas (baratas?) a serem desbaratadas. E assim, aos muitos solavancos, quedas e esfoladuras, caminha a humanidade, ninguém sabe se para frente ou para trás.


Da janela do micro-ônibus que me leva para a palestra em uma universidade privada, vejo, na calçada da farmácia defronte ao Iguatemi (Tasso, não adianta, você jamais passará no gabarito sudestino do psdb (ok, revisor)), uma moça cheinha, em trajes de academia, ensinando zumba a algumas senhoras, tão cheinhas quanto ela. “Tudo é meio de vida, doutor”, disse o meu vizinho. Pois...

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