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A cabeça do eleitor e os movimentos de Eunício

2017-12-12 01:30:00
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Eunício Oliveira (PMDB) sempre se moveu com base em pesquisas. Entre segunda-feira e quarta-feira da semana passada, de 4 a 6 de dezembro, o PMDB nacional encomendou pesquisa telefônica sobre o Ceará ao Instituto de Pesquisas e Estratégias (IPE), de Brasília.

Como toda pesquisa contratada por partidos políticos, os números precisam ser observados com cautela extra. A 10 meses da eleição, o cenário ainda pode mudar tremendamente. A metodologia de pesquisa telefônica é outro fator a ser considerado e demandar cuidado. Porém, mais até que as intenções de voto, a pesquisa serve para entender como as estratégias peemedebistas se movem.

A DISPUTA PELO SENADO


Para o Senado, meta de Eunício para a eleição do ano que vem, Cid Gomes (PDT) lidera, seguido de Eunício. Ano que vem serão duas vagas em disputa e os dois aparecem com pelo menos o triplo das intenções de voto de todos os demais postulantes, tanto para a primeira quanto para a segunda vaga. Além de ambos, as simulações colocam como opções José Pimentel (PT), André Figueiredo (PDT) e Roberto Pessoa (PR).
[FOTO1]

 

 

 

 

Primeira opção de voto

Cid Gomes - 30%

Eunício - 24%

Pimentel - 7%

André Figueiredo - 5%

Roberto Pessoa - 3%

Branco/nulo - 22%

Não sabe ou não respondeu - 8%
[FOTO2]

 

 

 

 

Segunda opção de voto

Eunício - 25%

Cid Gomes - 19%

André Figueiredo - 6%

Pimentel - 6%

Roberto Pessoa - 4%

Branco/nulo - 29%

Não sabe ou não respondeu - 12%


Isso de forma alguma significa que a eleição esteja definida. Em 2010, Tasso tinha mais que o dobro das intenções de voto de Eunício e Pimentel e acabou atrás de ambos. Porém, a se considerar que a pesquisa tenha captado o sentimento real do eleitor, na largada, os demais candidatos teriam grande desvantagem para tirar em relação a Cid e Eunício.


LULA E CIRO NO CEARÁ


Outro número ajuda a entender as sinalizações recorrentes de Eunício em relação a Lula. Pelos números, o petista tem 49% das intenções de voto no Ceará. Ciro Gomes tem 17%. Jair Bolsonaro (PSC) alcança 16% e Geraldo Alckmin (PSDB) aparece com 2%.

Sobre isso há vários aspectos a considerar. Lula fica abaixo do índice médio que tem no Nordeste. Na última Datafoilha, ele tinha 58% na região. Ainda assim, 49% é índice impressionante. O fato de ter índice ligeiramente abaixo da média da região se explica pela presença de Ciro.

O desempenho do irmão de Cid Gomes é bem melhor que no resto no Brasil e tende a crescer na medida em que se oficializar como candidato. Com essa nota de partida no estado de origem, todavia, Ciro não dá nem para a largada. A força de Lula será empecilho.

Vale lembrar que Cid, pré-candidato ao Senado - não se sabe se ao lado de Eunício ou contra ele -, obviamente apoiará o irmão. Quanto a Camilo, tem dado sinais dúbios em relação a Lula ou Ciro. Não é difícil que se mantenha assim até a eleição.


Outro fator que mexe com a política cearense é o desempenho pífio de Geraldo Alckmin (PSDB). Problema para o PSDB de Tasso.

REPERCUSSÃO DA ALIANÇA


Outro ponto que o PMDB quis saber foi a percepção popular sobre a aliança entre Eunício e Camilo Santana (PT) - ex-adversários que engataram chamego nos últimos meses. Foi indagado com qual afirmação os eleitores mais concordam. E a maioria demonstrou, na pesquisa peemedebista, mais simpatia que rejeição pela ideia: 45% disseram concordar que a aliança entre os dois é positiva, pois levará investimentos e empregos para o Estado. Já 24% consideraram que a aliança é negativa e não vai beneficiar o Ceará.

Os enunciados são mal formulados. O primeiro, favorável à aliança, traz a motivação e é específico. O segundo é generalista. De todo modo, demonstra que, por esses números, não é tão grande a rejeição à aliança de quem se atacava até o ano passado.

Mais que os números propriamente ditos, a divulgação da pesquisa revela que todos os movimentos de Eunício são fundamentados em pesquisas. Não garantem nada. Em 10 meses, muita coisa pode mudar. Porém, indicam que ele não age por impulso ou intuição.

A pesquisa ouviu, por telefone, 1.602 eleitores do Ceará, escolhidos por seleção aleatória do discador. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. 

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