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O Catálogo Maçante das Coisas Incomuns
Foto de Pedro Salgueiro
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Escreveu livros de literatura fantástica e de contos, como

O Catálogo Maçante das Coisas Incomuns


Para Regiane Paiva, essa guerreira.


São muitos os caminhos que pode (e deve) um poeta de talento ir fazendo ao andar, podendo (e devendo) representar desde a dura lida do homem simples na sua plantação, que faz a vereda-poesia (muitas vezes trágicas, mas até – às vezes – ternas) com sua penosa existência, que produz poemas com sua enxada vida afora, que agua o solo com seu próprio suor, passando pela sensível estrada-representação do mundo através da poesia escrita, que reconta, reolha, revive os passos desse mesmo homem sobre a mesmíssima terra, até aquela vereda-atalho que pinta (também representando, claro) o mundo de fora (mas/e, principalmente, o de dentro) numa tela.


Nesse instigante Catálogo Maçante das Coisas Comuns, José de Paiva Rebouças (um potiguar quase cearense) dialoga com essas três forças reais e simbólicas: com três homens aparentemente comuns, mas tocados – cada um a seu modo – pela arte: conversa com Antônio de Zé de Chico, um agricultor analfabeto e negro da chapada do Apodi, que representa as origens interioranas do poeta e a força humana do trabalho comum desse nosso Sertão-Mundo, também interage (com admiração quase devota) com Raimundo Leontino, grande poeta cearense radicado em Mossoró; e por fim anuncia Anchieta Rolim, um artista plástico de Areia Branca que defende o livre pensamento artístico sem influências, a construção da arte pela própria percepção do homem sem a necessidade de referências além da própria experiência de vida.

 

Muitas outras leituras podem ser feitas – para isso contribui o talento do escritor –, pois em várias outras “camadas” implícitas do livro se escondem vastos significados, que podem ser visualizados (ou apenas intuídos) pelos leitores mais atentos e – por que não? – talentosos feito o poeta que nasceu em Mossoró e se criou em Apodi.


Foto do Pedro Salgueiro

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