Escreveu livros de literatura fantástica e de contos, como
Escreveu livros de literatura fantástica e de contos, como
Para Regiane Paiva, essa guerreira.
São muitos os caminhos que pode (e deve) um poeta de talento ir fazendo ao andar, podendo (e devendo) representar desde a dura lida do homem simples na sua plantação, que faz a vereda-poesia (muitas vezes trágicas, mas até – às vezes – ternas) com sua penosa existência, que produz poemas com sua enxada vida afora, que agua o solo com seu próprio suor, passando pela sensível estrada-representação do mundo através da poesia escrita, que reconta, reolha, revive os passos desse mesmo homem sobre a mesmíssima terra, até aquela vereda-atalho que pinta (também representando, claro) o mundo de fora (mas/e, principalmente, o de dentro) numa tela.
Nesse instigante Catálogo Maçante das Coisas Comuns, José de Paiva Rebouças (um potiguar quase cearense) dialoga com essas três forças reais e simbólicas: com três homens aparentemente comuns, mas tocados – cada um a seu modo – pela arte: conversa com Antônio de Zé de Chico, um agricultor analfabeto e negro da chapada do Apodi, que representa as origens interioranas do poeta e a força humana do trabalho comum desse nosso Sertão-Mundo, também interage (com admiração quase devota) com Raimundo Leontino, grande poeta cearense radicado em Mossoró; e por fim anuncia Anchieta Rolim, um artista plástico de Areia Branca que defende o livre pensamento artístico sem influências, a construção da arte pela própria percepção do homem sem a necessidade de referências além da própria experiência de vida.
Muitas outras leituras podem ser feitas – para isso contribui o talento do escritor –, pois em várias outras “camadas” implícitas do livro se escondem vastos significados, que podem ser visualizados (ou apenas intuídos) pelos leitores mais atentos e – por que não? – talentosos feito o poeta que nasceu em Mossoró e se criou em Apodi.
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