Dia de finados. Como falar sobre a morte com as crianças
[FOTO1]
Temos de concordar que a morte é difícil de ser entendida pelos adultos o que dirá para uma criança, não é mesmo? E é do jeito que encaramos o processo da morte que vai fazer como a criança o encare também.
Até os 3 anos, a criança não consegue perceber claramente que a morte é definitiva e irreversível, mas já entende e sente a ausência. Aos 5 anos começa a curiosidade sobre a morte e as perguntas sobre o
assunto aparecem.
Aos 6-7 anos, a criança realmente entenderá que a morte de alguém ou de um bichinho de estimação é algo angustiante e triste. Mas é só a partir dos 10-12 anos que todo o processo de morte pode ser entendido pela criança.
Mas e até lá, como você vai trabalhar esse conceito com seu filho?
A primeira dica que dou é não poupar as crianças da morte ou do conceito de morte achando que são muito pequenas para entender. A morte cerca o nosso mundo naturalmente e a criança percebe isso. Pois ela vê, escuta e, principalmente, sabe o conceito do que é acabar.
Evite falar que a pessoa virou estrela, foi fazer uma longa viagem, descansou ou dormiu. Lembre que a criança leva tudo ao pé da letra e pode ficar com medo de dormir, descansar ou até fazer uma viagem. Ou pode ficar na esperança de que a pessoa foi viajar, mas voltará.
A criança precisa saber da existência da morte, aceitá-la para, enfim, criar o seu processo de luto. Claro que cada criança mostra o seu luto de diferentes modos e esse processo é fundamental para conseguir passar por esse momento sem criar culpa, medo ou traumas.
Outra estratégia bem interessante é falar da morte e ajudar a criança a absorver isso como natural através da morte de uma planta ou de uma flor.
Enfim, como acontece conosco, adultos, a memória afetiva nunca desaparecerá. Mas, depois de certo tempo, acontece o chamado luto saudável e a criança vai perceber que é possível se lembrar do ente querido ou bichinho de estimação de forma leve e sem tanto sofrimento.
A ARTE DE FALAR DA MORTE PARA AS CRIANÇAS_
[FOTO2]
Falar da morte com as crianças trata-se de um assunto considerado delicado, mas que pode ser trabalhado de maneira didática por meio da literatura infantil. A autora propõe a utilização desse recurso como instrumento auxiliar para uma abordagem mais branda da vida e da morte, buscando o acalanto necessário no acolhimento às dores e aos sofrimentos humanos. Fruto da tese de doutorado defendida no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a obra é também um material de apoio para profissionais das áreas da saúde e da educação, assim como para os demais interessados no tema. Preço médio: R$49,90.
Paula Naddaf