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O Regulamento: Mata-mata na série C

2017-09-21 01:30:00

O livro imaginário do professor Célio Cidade reza que nas origens do futebol, ali pela Idade Média, os reis estimulavam a prática para que seus guerreiros mantivessem a forma física. Vinte guerreiros para cada lado conduziam a bola com as mãos ou com os pés.
 

Contava ponto uma equipe que com a bola dominada atravessasse uma linha riscada no chão. Da cabeça para baixo valia tudo, e, como se vê, não foi por acaso que a evolução do futebol através dos tempos tenha sempre nos transmitido um espírito bélico e primitivo.
 

É um fato presente em muitos jogos aqui no Brasil. Um goleador ou artilheiro, depois de disparar um petardo com seu canhão em direção à meta adversária, faz um gol e se dirige no sentido da torcida, atirando com uma metralhadora ou um revólver imaginário.
 

As disputas mata-mata cabem nesse conceito. Utilizado nas quartas de final e semifinais da Série C peca pela injustiça. Pode-se até admitir este processo de curta duração numa Copa do Mundo ou competições semelhantes, onde nem sempre vence a melhor equipe.
 

Aplicá-lo numa competição classificatória, em que um determinado número de equipes ascende para uma divisão superior, é uma falta de senso e gera uma série de especulações. A começar pela influência que as federações do Sudeste mantêm junto à CBF e, por consequência, sobre as arbitragens.
 

O correto seria a milionária CBF patrocinar as despesas e manter o mesmo sistema de disputa das Séries A e B, ou seja, todos os concorrentes se enfrentam em turno e returno com um jogo em casa e outro na do adversário. Os quatro melhores pontuados sobem de divisão.
 

Se assim fosse, o Fortaleza já teria se livrado do martírio que vive, porque sempre fez bons times e por mais de uma vez terminou a fase classificatória liderando a competição, com o artilheiro, o ataque mais positivo, a defesa menos vazada... E não subiu. 


Beneficiado no momento pelo mesmo regulamento que foi seu algoz, o Fortaleza vai a Juiz de Fora enfrentar o Tupi com uma vantagem de ter vencido a primeira partida em casa por dois gols, o que obriga o Tupi a correr atrás dessa diferença. 

 

Aplicá-lo (mata-mata) numa competição classificatória, em que um determinado número de equipes ascende para uma divisão superior, é uma falta de senso e gera uma série de especulações. A começar pela influência que as federações do Sudeste mantêm junto à CBF e, por consequência, sobre as arbitragens 

Sérgio Redes

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