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Os estaduais

2017-05-11 01:30:00
SELEÇÃO DO CEARENSE

 

Ligam do O POVO e pedem para escalar minha seleção do campeonato: Éverson, Talisson, Luiz Otávio, Túlio e Romário; Raul, Richardson e Adenilson; Leilson, Magno Alves e Lúcio Flávio. Sete do Ceará, três do Guarani de Juazeiro, um do Ferroviário e outro do Fortaleza.


O Fortaleza, que contratou o Adenilson, deveria contratar também o Leilson e o Talisson. Antes de ser eliminado pelo Ceará nas semifinais o Guarani de Juazeiro andou jogando uma bola bem redondinha, e em alguns momentos era considerado o melhor time.


Tinham uma jogada mortal pelo lado direito do campo. O lançamento em profundidade feito pelo Adenilson — para mim ,o jogador mais técnico do campeonato — em direção a Leilson ou Talisson, que se deslocavam em alta velocidade por aquela zona do campo. Na época cheguei a escrever uma crônica intitulada O Arco e a Flecha e, guardando as devidas proporções, relatei que a jogada me lembrava o tempo em que éramos reis do futebol. Na seleção brasileira de 1970, Gerson era o arco e Jairzinho, a flecha.


Sei que muita gente é contrária aos campeonatos estaduais por serem deficitários, mas é preciso entender que, por outro lado, 650 clubes ficam sem ter atividade oficial durante o resto da temporada. Aqui e acolá disputam alguma copa. É preciso enfrentar isso, embora não seja fácil encarar esse rolo compressor formado pelos maiores clubes do País e pelas redes de televisão. Engana-se quem pensa que capitalismo é isso. O desenvolvimento só é eficaz quando satisfaz a maioria. Do contrário, é tiro no próprio pé.


Entendo os dirigentes porque têm que pagar a folha salarial no fim do mês e como ainda não sabem lidar com suas “marcas”, depende muito das rendas dos jogos. Todavia, é possível olhar por outros ângulos. Manter a rivalidade entre os clubes e revelar bons jogadores é uma boa.


O volante Raul, do Ceará, é um bom exemplo. Embora tenha feito algumas partidas o ano passado pela Série B, foi no Estadual que ele se firmou na equipe, pegou confiança, e, aos poucos, foi se transformando num jogador moderno, que atua em qualquer setor do campo.

 

Sérgio Redes

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