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Melhora conjuntural, mas com possível elevação de impostos

2017-10-14 01:30:00
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Empresários e economistas têm nos últimos meses reiterado o descolamento entre política e economia. Essa teria sido a fórmula utilizada pela equipe econômica de Michel Temer para garantir ao mercado que o País estaria entrando nos eixos, mesmo com os principais poderes nacionais sendo incendiados por escândalos.

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A estratégia, pelos indicadores, está dando certo; mas, no mundo real, é mais difícil perceber o resultado. Embora os processos de demissões nas empresas estejam mais lentos do que no ápice da crise, elas ainda ocorrem em função da situação conjuntural do País. A inflação, mesmo abaixo da meta, ainda é sentida através do peso das cestas de produtos que continuam elevadas.


Há ainda uma pressão forte de reajustes de itens importantes: combustível, energia e até passagens aéreas permanecem subindo de preço. Os indicadores parecem não captar essas elevações, mas basta ir ao supermercado e verificar o que o seu dinheiro consegue comprar e comparar com os gastos no início do ano.


Mesmo com o esforço das famílias para equilibrar as contas, não tem sido fácil essa tarefa, mas da parte do governo o resultado parece pior. A imposição do teto de gastos não foi suficiente para romper a sangria de recursos públicos e as malas de dinheiro encontradas não chegaram a recompor o caixa.


Resultado: mesmo com o esforço retórico e cortes de verbas para os serviços públicos, a perspectiva que se desenha é de aumento de impostos. Enfim, parece que o descolamento entre política e economia só aparece na hora de justificar dados conjunturais.


TETO DE GASTOS 1


Vale respeitar o limite?


A última Carta da Conjuntura da FGV/Ibre, assinada pelo seu diretor Luiz Guilherme Schymura, faz uma avaliação da situação da crise fiscal. Schymura, que esteve em Fortaleza no final de setembro, a convite do Ipece, mostra a difícil tarefa do governo de respeitar o teto de gastos federais.


Esse foi o principal instrumento para combater a crise fiscal, apontada como a origem da atual recessão. Através da Emenda Constitucional 95 (EC 95/16), foi limitado a partir deste ano o crescimento da despesa federal ao gasto do ano anterior corrigido pelo IPCA.


O efeito desta determinação começou a ser sentido este ano, mas para 2018 a tendência é de uma sensação maior de arrocho. A preocupação já chegou ao Congresso Nacional, que em um ano eleitoral terá que conviver com limitações de gastos para saúde e educação.


TETO DE GASTOS 2


Aumento de arrocho


Dentro dessa previsão de arrocho, se fala em cortes de bolsas para alunos de mestrado e doutorado, inclusive para os que estão no exterior. O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor Ildeu de Castro, já classificou a situação como lamentável, prevendo a interrupção de projetos importantes no momento em que mais se fala das necessidades de inovações e tecnologias.


Schymura, na Carta da Conjuntura, lembra que no documento do “Novo Regime Fiscal” consta como viga mestra a aprovação de reformas. A proposta era de impedir que as despesas mais rígidas do orçamento federal (previdência, folha do funcionalismo ativo e inativo, saúde, educação e programas sociais) continuassem aumentando. Com as denúncias do empresário Joesley Batista, as chances de aprovação da reforma da previdência foram bastante reduzidas.


Ou seja: esse plano também está ruindo.


TETO DE GASTOS 3


Possível rompimento


Pela análise das contas públicas federais feitas pela FGV/IBRE, se desenha para os próximos anos uma alta probabilidade de que o teto de gastos venha a ser rompido em sua vigência mínima.


As projeções da economista Vilma Pinto, da FGV/IBRE, revelam os seguintes dados: “as despesas primárias do governo federal terão de ser reduzidas em 3,8 pontos percentuais (p.p.) do PIB entre 2017 e 2025, de 19,9% do PIB para 16,1%, para que a EC 95 seja respeitada”.


SINDILOJAS


Fórum sobre lucratividade


O Sindilojas prepara o Fórum Empresarial Lucratividade em Foco, que será realizado nos dias 24 e 25 deste mês, no auditório do Sebrae. O evento mostrará casos de sucesso de empresários locais e terá palestra do advogado Celso Baldan sobre reforma trabalhista.

 

OUTUBRO ROSA


Quiosque solidário


O Quiosque Solidário, criado pelo Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM) em parceria com o RioMar Kennedy, está este mês com a Associação Toque de Vida. A proposta é fortalecimento da campanha contra o câncer de mama, comercializando produtos para mulheres em fase de tratamento. O quiosque estará no RioMar Kennedy até o dia 31 de outubro.


A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal”

Machado de Assis (1839 -1908), escritor brasileiro

 

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