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Vai, safadão!
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Vai, safadão!

 
Combinar jornalismo e entretenimento não é tarefa das mais fáceis.

A mídia não pode estar indiferente aos meios de divertimento da população. Mas precisa encontrar formas de informar o que, de fato, seja considerado notícia. Boatos, fofocas, fatos relacionados estritamente à vida íntima de certas pessoas (mesmo públicas), por exemplo, são mesmo notícias?

Uma das celebridades atuais, o cantor Wesley Safadão, é personagem constante nas plataformas digitais do O POVO. Nos últimos dias, um imbróglio familiar envolvendo o caso da pensão alimentícia do cantor catalisou a série de notícias já generosas sobre o cantor nas nossas redes sociais do jornal. Declarações da ex-mulher do Safadão se misturam à ida do cantor a um culto – hábito apontado pelos leitores como corriqueiro.

“Em meio à polêmica sobre pensão, Wesley Safadão e Thyane vão a culto religioso” foi o título utilizado para informar algo que seria dado como notícia. Isso ocorre junto com a publicação de notícias sobre a ida do cantor ao hospital devido a uma crise de alérgica de sinusite: “Wesley Safadão passa mal e dá entrada em hospital em Fortaleza”.

Pelo título, imaginava-se que o problema de saúde era algo grave.

Felizmente não. Mas o apelo sensacionalista levou a milhares de cliques.

“Ô jornal pra falar nesse homem”, “Jornal O Povo sempre mantendo a sociedade alencarina bem informada”, “Só eu acho que esse rapaz é o novo dono do jornal O Povo? Todos os dias, todos os minutos, tem notícia sobre ele”, “Quanta besteira! O Povo tá parecendo o site do Leão Lobo ou do Otávio Mesquita!” – são algumas das mensagens enviadas por leitores sobre assuntos envolvendo o cantor.  

 

Entretenimento

A narrativa jornalística não pode se basear no supérfluo ou nas informações desnecessárias ao público em geral. Também ao lidar com entretenimento, o jornalismo deve prezar pela definição do que é notícia e pelo que é relevante ao público ao qual é destinado.


Informações sobre o cantor, seus shows e até alguns momentos de sua vida podem ser interessantes, sim. Há espaços para isso, porém.


O POVO tem blogs, colunas e espaços específicos que são considerados mais adequados para tratar do assunto, simplesmente porque há um público leitor que vai acessar aquele ambiente à procura das informações.


É inegável reconhecer o sucesso de uma celebridade como o cantor nos dias atuais. Goste de suas músicas ou não, muita gente o conhece. Participa de comerciais publicitários, está sempre em programas na TV, difícil não saber quem ele é. Mas daí a usar a intimidade do cantor excessivamente, por dias seguidos, em chamada de capa e postagens sucessivas nas mídias de um veículo da mídia tradicional, há uma diferença. O que consideramos valor-notícia? Quais valores O POVO toma para ter um fato como notícia? São questionamentos dos quais não se deve esquecer no fazer cotidiano.

Além disso, a busca ansiosa pelos cliques e pelo aumento das visualizações nas postagens é um risco para todo veículo de comunicação. Sob o pretexto de potencialização no engajamento nas mídias sociais, qualquer fato da intimidade na vida de uma celebridade atual pode virar notícia. Eis o perigo.

Emails @opovo

Entre as várias formas de contato do leitor com O POVO, são disponibilizados os e-mails institucionais, que são os endereços eletrônicos publicados junto aos textos para que os leitores enviem, se quiserem, mensagens para os jornalistas e para os demais funcionários. A questão é que nem sempre esses e-mails estão ativos. Não são poucas as vezes que recebo mensagens de leitores se queixando que escreveram para certos endereços eletrônicos e não estabeleceram contato. A mensagem retorna para o remetente.

A cobrança é feita constantemente em avaliação interna. Não adianta publicarmos um endereço @opovo.com.br se o próprio jornalista (seja repórter, seja colunista, seja qualquer pessoa que tenha um endereço com esse domínio) não o acessa. Publique-se, então, um endereço que esteja ativo. Pior do que publicar um email que não seja institucional é veicular um endereço que não funciona, desrespeitando o leitor. O POVO, que preza tanto pela acolhida aos comentários do seu público, precisa reforçar os canais para recebê-los bem. 

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