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O jornalismo no facebook
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O jornalismo no facebook

 

Daniela Nogueira

 

A forma como as empresas jornalísticas e seus portais de notícias lidam com as redes sociais, especialmente com o Facebook, tem sido tema de discussão constante nos últimos dias no campo da comunicação. Após a Folha de S.Paulo anunciar a decisão de deixar de publicar notícias na maior rede social do mundo, reaqueceu-se o debate em torno da produção de conteúdo para a plataforma. Afinal, a decisão teria reflexos em outros veículos Brasil adentro?

 

É preciso lembrar os motivos alegados pela Folha. A mudança no algoritmo do Facebook, anunciada recentemente, foi um dos fatores mais fortes. A rede fundada por Mark Zuckerberg passou a dar mais visibilidade a publicações de amigos e familiares, em detrimento de postagens compartilhadas por empresas – e aqui se incluem as notícias. A intenção era reduzir o dito conteúdo passivo, em que o usuário lê, vê, mas com o qual não interage. O efeito foi ofuscar conteúdo jornalístico.

 

O professor W. Gabriel, consultor de marketing em mídias digitais, atribui a decisão a dois aspectos fundamentais: a Folha não atuou para desenvolver o engajamento dos leitores no Facebook e preocupou-se apenas com a audiência. Além disso, sentiu-se “enganada” com a rede social. Ora, o perfil de consumo – também na internet – se modificou. O público quer interagir. Isso não significa dizer que as notícias não tenham mais lugar na rede. Isso significa dizer que o jornalismo precisa rever o conteúdo que é publicado nessa mídia, renovando-se sem perder seu caráter noticioso.

 

“Os produtores de conteúdo precisam entender que o comportamento do consumidor mudou e que a busca pela interatividade, com leveza e de forma mais despojada, ganhou a preferência. São com essas postagens que esse novo consumidor mais interage e nas quais ele passa mais tempo”, avalia W. Gabriel, que é mestre em marketing. Ressalte-se que notícias com mais perfil de interatividade não são sinônimos de espaços exclusivamente de entretenimento. E todos podem conviver. A questão é decidir-se, como portal de notícia que tem como objeto a divulgação de fatos interessantes à comunidade, pela abordagem que adotará.

 

Busca por interatividade
Devido à busca por essa necessidade de participação nas plataformas digitais, o vídeo se tornou a mídia que mais atrai público nos últimos anos, como observa W. Gabriel. “É atualmente mais vantajoso e congruente com o novo comportamento do consumidor que os produtores elaborem conteúdos em vídeo ou imagem, que resolvam algum problema do consumidor, de forma mais leve e rápida”, indica. É necessário destacar que cada suporte midiático tem sua especificidade. Ainda há muitos leitores que preferem o jornal impresso. Outra parte, no entanto, já migrou definitivamente para o digital.

 

Cada meio exige um gênero específico, porque os leitores são diferentes e têm necessidades também distintas. Não podem ser aplicadas no digital todas as estratégias já usadas largamente pelo impresso.

 

No perfil que mantém no Facebook, O POVO continua com as postagens habituais. Há conteúdo produzido diretamente para a rede social. Por ora, nada muda. “O POVO acompanha, com atenção, o movimento feito pela Folha. E também estudamos a relação de outros veículos com o Facebook, que altera com frequência seu algoritmo para reduzir artificialmente o impacto da mídia jornalística profissional. Por enquanto, vamos seguir publicando, pois temos um volume de tráfego ainda relevante vindo a partir desta rede social. No entanto, nossa atenção está cada vez maior em outras mídias, nas quais multiplicamos nossas publicações em plataformas mais seguras, eficientes e, sobretudo, confiáveis”, explica Arlen Medina Néri, diretor-geral de Jornalismo do Grupo O POVO.

Oportunidade ou problema?
Os jornais e o jornalismo devem ter a maior rede social do mundo como um instrumento de compartilhamento das informações. Uma ferramenta importante, com capacidade significativa de audiência e de alcance. Para usá-la bem, no entanto, não basta a caça nervosa pelo clique ou pela curtida. A qualidade do conteúdo publicado com tema que seja de interesse do público a que se destina tem de ser o objetivo primeiro.

 

“O Facebook não ‘quebrou’ o jornalismo. De forma alguma. O Facebook catalisou a mudança de comportamento do jornalismo, porém sempre baseado no comportamento atual do público. Se o público não tivesse alterado seu comportamento, tais mudanças do Facebook não teriam tido efeito. Apenas a imprensa tradicional e intransigente sofrerá com as mudanças desta rede social, por não enxergá-las como oportunidade, mas, sim, como problema”, analisa o professor W. Gabriel.

 

As empresas jornalísticas devem ter o Facebook como mais um canal de divulgação de informações além de entender como fazer isso de forma que cheguem satisfatoriamente ao usuário, ao leitor. Compreender como o público se comporta é um bom começo.

 

ATENDIMENTO AO LEITOR

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS
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