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"Boa notícia" que não se concretizou
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"Boa notícia" que não se concretizou

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Tânia Alves

No dia 21 de outubro, a editoria de Economia publicou matéria, como manchete de página, com o título “2ª parcela do 13° injetará R$ 170 mi em Fortaleza”. O texto apresentava como ‘boa notícia para os servidores’ o fato de a Prefeitura de Fortaleza ter antecipado o pagamento da segunda parcela do 13º salário para o dia 1º de dezembro. A informação, de acordo com o texto, havia sido anunciada pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT). Cinco dias depois, enviei, no comentário interno para a Redação, uma observação dando conta de que uma matéria publicada no site oficial da Prefeitura de Fortaleza (fortalece.ce.gov.br) informava que o pagamento da segunda parcela seria no dia 20 de dezembro, data limite para efetuar o depósito. O salário de novembro é que seria quitado dia 1º.


Na última sexta-feira (3/11), a coluna Vertical publicou nota com o título “Santo extra” confirmando a informação do site oficial do Município, isto é, a segunda parcela seria mesmo paga no dia 20 de dezembro. Alertei o fato de a coluna ter corrigido a matéria no comentário para a Redação. Em resposta ao comentário interno, a editora-adjunta do Núcleo de Negócios, Beatriz Cavalcante, informou, no mesmo dia, que a editoria tem a gravação do Prefeito informando que o pagamento do 13º seria no dia 1º. Também ressaltou que a assessoria de imprensa da Prefeitura ligou, no dia seguinte, dizendo que o Prefeito se confundiu. “Mudamos no portal (O POVO Online) e demos outra matéria falando do 13°, mas com a data correta”.


A editora tem razão quando informa que a matéria foi editada no O POVO Online corrigindo a data, porém, nela, deixa de constar a indicação de que erro inicial havia sido reparado. O site Uol faz isso quando necessário. Por outro lado, a informação sobre a data correta havia sido publicada de forma discreta no meio de um conteúdo sobre a sanção à lei que aumentou o horário de funcionamento do comércio de Fortaleza. No impresso, até sexta-feira passada, a informação publicada de forma errada dia 21 do mês passado, não havia sido corrigida como devia ser.


Aquela falsa ‘boa notícia’ publicada na editoria Economia pode ter impactado milhares de servidores municipais, pois O POVO é fonte fidedigna, com credibilidade edificada ao longo de 89 anos de história. Fazer uma correção clara era essencial para manter a confiança. Se o prefeito se equivocou, problema dele. A questão aqui é que O POVO publicou um dado inverídico. Erro publicado no O POVO é de responsabilidade do jornal. Como estabelecem “As normas jornalísticas do O POVO”, erros devem ser corrigidos numa seção chamada “Erramos”. E acrescento: em casos mais graves, como este, até mesmo uma matéria deve ser providenciada.


UM DIA FORA DA CURVA

Durante o mês de outubro, um dado me chamou atenção: a quantidade de erros apontado pelos leitores no dia 24 passado. Naquela data, os leitores apontaram oito erros diferentes. Foi o dia de outubro com maior número de indicação. Para se ter uma ideia, o segundo dia com maior quantidade de erros apontados por leitores, mês passado, foi dia 2, com quatro indicações. Os outros dias se mantêm entre zero e três.

 

Lógico que nem todas as indicações dos leitores precisariam ser corrigidas, pois conforme o Guia de Redação e Estilo “devem ser privilegiados os erros de informação, créditos, fotos e erros graves de português ou cometidos em títulos e resumo de matérias”. Porém, algumas observações enviadas por eles, naquele dia, precisariam ser corrigidas na versão impressa. Fato que não ocorreu até sexta-feira passada.


Um dos casos ocorreu com a grafia do nome da vice-governadora do Ceará, Isolda Cela, numa frase publicada na editoria Política. Ao ler o nome, o leitor só perguntou: “Quem???”. Corrigir o nome de pessoas é essencial em jornalismo que se diz sério. Especialmente se a grafia resultou em palavra capaz de terminar em chacota. Este mesmo leitor, neste dia, detectou um erro na escrita de uma palavra em título da editoria Mundo. Em vez de escrever “Atentado suicida mata 13 pessoas na Nigéria”, foi publicado ‘atentato’. Este também deixou de ser corrigido. Na editoria de Esportes, em um ponto de vista publicado sobre a escolha de Cristiano Ronaldo como melhor jogador do mundo, informava que o atleta do Real Madri tinha 31, anos, quando na verdade tem 32. O equívoco foi corrigido no online, mas deixou de ser reparado no impresso.

 

Tenho escrito, insistentemente, todos os meses, ao longo de dois anos e 10 meses, sobre a necessidade de se corrigir os erros que são publicados nos plataformas do O POVO. A repetição do assunto pode até ficar enfadonho, mas ela é necessária, já que O POVO é um dos poucos jornais do Brasil que tem o compromisso de corrigir os equívocos. Deve fazer isso, sempre que necessário, numa seção chamada Erramos.
Por enquanto, é o que ainda está valendo.

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Em outubro, foram publicadas oito correções, na seção Erramos, segundo levantamento feito pelo Banco de Dados do O POVO (Ver quadro elaborado pela Editoria de Arte). Também publico no quadro acima o atendimento ao leitor do mês passado.

Erramos:

O texto foi publicado originalmente, no O POVO, com uma data incorreta. 

 

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