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Prática ruim que está se tornando comum
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Prática ruim que está se tornando comum

 
A nota Breves publicada na editoria Política, do dia 7 de outubro, tinha como título “Recibos de Lula são ‘falsos’, diz força-tarefa”, e informava: “‘sem margem à dúvida’ os comprovantes são ‘ideologicamente falsos’”. No comentário interno para a Redação, questionei: o que é um recibo ‘ideologicamente falso’? É possível dizer que os recibos são falsos (como no título) se o MP disse que eles são ‘ideologicamente falsos’? O texto, que suponho veio de agência, era curto, mas, naquele caso, se tornava essencial explicar o significado da expressão para que o leitor entendesse o conteúdo. A frase do Ministério Público Federal se referia a uma investigação do caso que apura a propriedade de um apartamento, em São Bernardo do Campo (SP), vizinho ao local onde mora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Para piorar, parece que deu um branco na imprensa brasileira.

Praticamente todos os portais de notícias seguiram a mesma linha e postaram matérias sobre o assunto com o mesmo teor, praticamente com o mesmo título, que destacava o ‘ideologicamente falsos’, sem explicar a expressão técnica. Haviam esquecido que o leitor não tem obrigação de conhecer tudo, mas o jornalista, para ser bem entendido, tem obrigação de explicar e deixar claro sobre aquilo que escreve. Na maioria dos conteúdos publicados, foi reproduzida, pura e simples, a frase da Procuradoria da República, que estava em linguagem técnica: “Sem margem à dúvida que os recibos juntados pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva são ideologicamente falsos, visto que é simulada a relação locatícia representada pelo engendrado contrato de locação”.

Para leitores do O POVO, um esclarecimento veio na quinta-feira passada (12/10), em forma de artigo publicado na editoria Opinião pelo diretor institucional da casa e ex-ombudsman, Plínio Bortolotti. A publicação colocou luz sobre o termo ‘ideologicamente falso’, que foi replicado por grande parte da imprensa brasileira. Com o título ‘Falsidades’ (para ler: goo.gl/jcUAHb), o articulista fez o dever de casa esquecido por grande parte dos jornalistas. Explicou o significado de ‘ideologicamente falso’, a partir de consulta a um advogado. Era assim que deveria vir em todas as matérias publicadas sobre o assunto. Se o documento, que era técnico, não explicava, o dever era perguntar.

Aliás, esta é uma das lições que aprendi no jornalismo: se o repórter tem dúvida, deve esclarecê-la, por mais ingênua que a pergunta possa parecer. Só assim, o repórter será capaz de transmitir, de forma clara, o assunto para os leitores. Mas, pelo jeito, replicar as informações como recebidas é uma prática ruim que está se tornado comum e parece combinada.

LEITORES ATENTOS SOCORREM EDIÇÃO


Em dois momentos durante a semana passada, leitores deram contribuição alertando sobre problemas detectados por eles, mas ainda não identificados pela Redação. O primeiro caso deu-se quando recebi, na segunda-feira passada (9/10), o seguinte email: “Neste domingo, dia 8/10, não encontrei a coluna do jornalista Fabio Campos na página de blogs e colunas do site do Jornal O POVO. Já faz algumas semanas que as atualizações da coluna do jornalista estão irregulares. O estranhamento é não encontrar mais a coluna dele”. Após ser acionada pelo leitor, verifiquei que a coluna não constava no portal, no canal “Blogs e colunas”. Ao enviar para a Redação, recebi como resposta que a coluna havia sido retirada, por engano, no lugar do blog, que não estava mais sendo atualizado. A partir de quarta-feira passada, a coluna voltou ao seu devido lugar no O POVO Online.

O segundo caso ocorreu na última terça-feira (10/10). Um leitor reclamou sobre as palavras cruzadas: “Há uma semana que as palavras cruzadas estão repetidas. Elas foram publicadas em passado recente e agora estão sendo republicadas. Se for para ser assim, é melhor não publicar. É uma bobagem, mas como está se repetindo, peço que avise para o povo para ter mais cuidado com isso”. O problema também não havia sido detectado pelos editores, que agradeceram ao leitor e garantiram que providências foram tomadas para evitar repetição.


SOBRE BOAS IMPRESSÕES


De domingo passado até a última sexta-feira, O POVO foi generoso na publicação de boas reportagens. Foram três delas ao longo da semana.

Começou com a série sobre segurança pública (“Guerra nos Territórios”) com primeira matéria editada dia 8/10 (ver fac-símile) e seguiu até 11/10. O conteúdo abordou a barbárie da matança causada por facções criminosas em bairros de Fortaleza. Com desenho arrojado, as páginas representam um choque para os olhos atentos à diagramação normal do jornal.

Na quinta-feira (12/10), mais uma boa reportagem foi publicada em duas páginas do O POVO; desta vez, sobre a sentença de 29 pessoas acusadas de envolvimento em desvio de dinheiro no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Ceará (Dnit) há sete anos (ver fac-símile). Na sexta-feira (13/10), o caderno especial “A premência pela água” abordou o Cinturão das Águas, obra essencial para que as águas do rio São Francisco cheguem até a Região Metropolitana de Fortaleza. Ficou uma boa impressão da semana.

PARA ACIONAR A OMBUDSMAN


Os leitores das diversas plataformas do O POVO podem entrar em contato com a ouvidoria pelo WhatsApp (85) 988 93 98 07; por email (ombudsman@opovo.com.br) e telefone fixo (3255 6181). O leitor pode ainda visitar a ombudsman se necessário. Basta ligar e agendar. 

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