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A palavra desnecessária
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A palavra desnecessária

 
Um conteúdo publicado no Portal de Esportes (esportes.opovo.com.br) na quarta-feira passada (10/5) resultou em críticas de leitores por causa de um palavrão proferido por um dirigente do Fortaleza Esporte Clube e usado no título da matéria. “Era necessário, de fato, reproduzir a expressão chula proferida pelo dirigente futebolista? Será que o autor da reportagem não fez confusão pensando estar redigindo para um blog e não para um jornal diário de grande circulação?

Veja bem, não se trata de puritanismo, moralismo ou coisa que o valha, mas de estranhamento por essa atitude absolutamente ‘inusitada’ e sem ser mensurada sua desproporcionalidade”, disse um deles. Outro usuário se mostrou incomodado com “expressão vulgar em matéria”. Um terceiro leitor encaminhou mensagem falando sobre o mesmo assunto: “Lamentável a chamada da matéria de capa do Jornal O POVO (edição eletrônica) na seção Esportes”. Ele classificou como ‘desprezível’ o nível da linguagem utilizada. Enviou anexada a imagem com a capa do portal Esportes, em que, no momento de captura da foto, aparecia a matéria com o palavrão por três vezes. O conteúdo estava entre as matérias mais lidas do portal naquele instante.


Os leitores têm razão quando criticam o uso daquela palavra grosseira no título da matéria do online. No impresso, a frase foi também reproduzida na íntegra no corpo da matéria. Ficou mais discreto, embora também sem necessidade. A coluna Alan Neto se referiu à frase do dirigente tricolor, mas classificou o palavrão de ‘impublicável’ e não a reproduziu. Foi acertado. Sem o uso da palavra, o conteúdo não perdeu o sentido.

Enviei solicitação aos editores da área para que se pronunciassem sobre o assunto. A editora-adjunta de Esportes, Ana Flávia Gomes, mandou a seguinte explicação: “Não temos por hábito, no O POVO, a publicação de palavras de baixo calão. Isso ocorre apenas em situações excepcionais. Foi o caso, nesta quarta-feira, com a entrevista coletiva do executivo de futebol do Fortaleza, Sérgio Papellin. Desnecessário lembrar que a declaração foi dada no momento em que o clube atravessa uma grave crise, pressionado sob vários aspectos. Reconhecemos que a expressão pode incomodar vários leitores, mas avaliamos que ela possui relevância jornalística em função desse contexto. Por isso, sua reprodução, aspeada”.

Ficou inadequado no título o uso do palavrão, mesmo se considerar que em jornalismo online a utilização da linguagem informal é cada vez mais recorrente.

Não entendo a relevância jornalística de um palavrão proferido por um dirigente de futebol num momento de crise de um clube. Coisa muito comum. Nada de excepcional. Além disso, lembro que é pelo noticiário de Esportes que, em grande maioria, o jovem é inserido na leitura. O uso daquela palavra não seria bem-vinda em títulos de suas redações na escola. Pelo menos, por enquanto, ainda não. No O POVO, também deveria ser assim.


SOBRE AFETOS NO SERTÃO


Neste último ano em que estou como ombudsman, tenho tentado, também, apontar algumas matérias que se destacaram na edição durante a semana.

Deixei de fazer a indicação nas duas últimas publicações, mas volto agora para falar do caderno “Grandes Sertões Afetos” (ver fac-símile), publicado na segunda-feira passada (8/5). A publicação faz parte de uma série de cadernos publicados pelo O POVO, intitulado “A peleja da água”, que começou em 2012. E de lá para cá, apresentou diversas leituras sobre a seca.

Desta vez, a matéria fala sobre personagens que celebram a chegada, ainda que insuficiente, das chuvas. São histórias instigantes que distribuem afetos ao longo das oito páginas do caderno. Nele o leitor encontrará frases sertanejas como: “A chuva é comparável a uma pessoa que tá distante, que a gente não tem notícia e volta. É aquela alegria com aquela satisfação de amor”. Ou esta outra: “Se eu pudesse, eu aparava cada pingo de chuva que cai!”. As falas dos personagens também estão bem apresentadas em um webdocumentário (especiais.opovo.com.br/grandessertoesafetos). Foi um bom momento durante a semana que passou.


OBITUÁRIO FALHO


Leitor enviou mensagem criticando a cobertura sobre a morte do professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Marcondes Rosa de Sousa, que ocorreu no dia 5 de maio. Ele lembrou que a notícia havia se resumido a pequena matéria publicada na edição do dia 6/5 no rodapé da página 4, de Cotidiano, que, segundo ele, “mais parecia uma nota de convite enterro”. “Penso que o jornal lhe deve, merecidamente, alguma homenagem mais consistente. Era bom escritor e excelente articulista. Um homem culto e pessoa generosa. Lamento o silêncio sobre sua pessoa e seu legado!”. De fato. Após a morte, já é praxe O POVO celebrar a vida de acordo com o legado deixado pela pessoa. É só lembrar a morte do Belchior.


PARA ACIONAR A OMBUDSMAN


Os leitores das diversas plataformas do O POVO têm mais um canal para entrar em contato com a ombudsman. A ouvidoria pode ser acionada também pelo WhatsApp. Para entrar em contato por este canal, basta acionar (85) 988 93 98 07. Os outros mecanismos para se comunicar com a ouvidoria são: email (ombudsman@opovo.com.br) e telefone fixo (3255 6181). O leitor pode ainda visitar a ombudsman pessoalmente se necessário. Basta ligar e agendar. 

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