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A manchete errada e a correção
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A manchete errada e a correção

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Tânia Alves

 

 

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A escolha da manchete do O POVO é feita a partir de uma reunião com a presença de um representante da Diretoria da Redação, dos editores dos núcleos e do redator da Capa. Durante estes encontros, os jornalistas participantes travam debate em defesa de suas pautas. Existe um checar e rechecar da informação e da frase que será o principal assunto na primeira página do jornal. A elaboração da manchete, a partir de um colegiado, não impediu, porém, que uma informação incorreta fosse parar na manchete do jornal. Foi o que ocorreu na quinta-feira passada (2/3) quando O POVO destacou na manchete: “Quadra chuvosa tem melhor começo em sete anos”. Ao analisar com atenção o quadro publicado na matéria da página 2, com a ajuda preciosa de um leitor, deu para verificar que fevereiro (primeiro mês da quadra chuvosa) havia sido o mais chuvoso dos últimos seis anos, e não sete, como também informava o título da matéria interna.


No dia seguinte, uma correção foi publicada na página 4, Cotidiano, no formato padrão da seção Erramos. No O POVO Online o título da matéria permanecia com o original, após se abrir o link, até este sábado (4/3), mas, no Online, sempre há tempo para reparação. É notório que no O POVO existe uma preocupação com a correção de erros. O Guia de Redação e Estilo, que é de 2003 e deve receber uma revisão neste ano, estabelece a regra para retificações. No entanto, a publicação é omissa quanto à revisão de erros que, porventura, sejam detectados na principal manchete do jornal. A errata providenciada na página 4, portanto, está dentro do padrão determinado. Contudo, entendo que o assunto merece uma revisão no procedimento. Um erro na manchete do jornal é grande demais para caber num simples Erramos, publicado num rodapé de uma página interna.


O leitor recebeu na capa daquele dia, em destaque, uma informação que não era verdadeira. Precisava de uma correção com maior visibilidade. Uma matéria secundária explicando que O POVO errou na manchete do jornal e divulgando o dado correto teria sido de bom tamanho. Viria como reforço de que, por aqui, se trabalha com informação precisa e as correções são feitas de forma mais transparente possível, mesmo que isso envergonhe os jornalistas da Casa. Deixaria mais claro que O POVO tem um controle rígido para redução de danos. Vale ainda lembrar que o Código de Ética da Empresa Jornalística O POVO estabelece que a informação sempre deve ser passada ao leitor de “maneira precisa, exata e substantiva”. Aliás, exatidão e precisão devem ser premissas de toda informação de cunho jornalístico.


ERRAMOS, MAS NEM TANTO


No mês de fevereiro passado foram publicadas 11 correções nas páginas do
O POVO, conforme levantamento elaborado mensalmente pelo Banco de Dados a pedido da ombudsman (ver quadro elaborado pelo Núcleo de Imagens). Durante o período, foram corrigidos seis erros de informação, nas editorias de Política (dois), Primeira Página, Vida & Arte, Esportes e Economia (um em cada). Três erros de gramática/ortografia foram reparados na seção. Os três, relativos à Primeira Página. Um erro de edição (troca da imagem da capa na seção O POVO é história) também foi corrigido.


O Guia de Redação e Estilo estabelece que no O POVO as correções devem “privilegiar os erros de informação, créditos, fotos e erros graves de português ou cometidos em títulos e resumo de matérias”. Nem sempre a regra é seguida à risca pela Redação. Alguns erros que foram apontados por leitores ao longo do mês passado, por exemplo, deixaram de ter o devido reparo. No dia 1º, a matéria “Governo quer parceria de R$ 10 milhões para o CFO”, publicada em Economia, informava que o partido do presidente Michel Temer era PSDB, quando, na verdade, ele é filiado ao PMDB. Este equívoco não mereceu revisão. Ainda no dia 1º, a vice-governadora, Izolda Cela, foi tratada como vice-governador em uma matéria de Cotidiano. Também ficou por isso mesmo. No dia 4, em um título de conteúdo editado em Política, o sujeito estava no singular e o verbo no plural (“Fachin têm primeira reunião com Janot”). Até a sexta-feira passada, a errata não apareceu nas páginas do jornal. A coluna Sônia Pinheiro, dia 22/2, dava conta que a posse da nova diretoria do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon) seria no dia 26 de fevereiro, quando, na verdade, havia sido em janeiro.


No ano passado, a falta de correção para os erros publicados, foi um dos pontos em que mais insisti publicamente neste espaço, sem que se tenha mudado o procedimento. Admito que fica enfadonho para o leitor deparar com o mesmo assunto todo mês, mas vou continuar insistindo na necessidade do cumprimento da regra, que é uma ferramenta de aprimoramento da apuração de notícias.


No quadro elaborado pelo Núcleo de Imagens também consta a estatística de atendimento ao leitor do mês passado. O levantamento é feito pela ombudsman. Foram 85 atendimentos ao leitor. São contabilizados aqueles que resultaram em alguma demanda para a ouvidoria.

 

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