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Nordeste e o desastre ocupacional
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Nordeste e o desastre ocupacional

economia
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Há um desastre ocupacional no Nordeste.

 

A constatação é do professor Felipe Macêdo de Holanda, apresentada no Boletim Conjuntural do Corecon-CE. Ele explica que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), realizada pelo IBGE com os números do primeiro trimestre de 2018, quando comparada com o levantamento realizado de 2015, revela queda de 1,7 milhão de pessoas na população ocupada nos estados da região.

 

A situação crítica, segundo o professor, mostra a necessidade de revisão do modelo de desenvolvimento chamado de "fragmentação da nação". Ou seja, de articulação direta com o mercado mundial e de escassas articulações com o mercado regional.

 

Felipe chama a atenção para a necessidade de alternativas em projetos de infraestrutura voltados para a integração do mercado regional, acelerando a circulação de mercadorias e pessoas. Outro ponto importante: com a priorização de políticas de emprego keynesianas e com a mobilização de obras de infraestrutura na construção civil, capazes de enfrentar a ampliação da pobreza nas áreas urbanas e rurais.

 

Articulação

 

RAZÕES PARA DEFENDER O BNB

 

Dentro de uma visão integradora da região, o Sistema BNB/Etene/Sudene ganha uma relevância muito maior. Tem gente que nega uma visão política de Nordeste, tamanhas as diferenças e a falta de um trabalho em conjunto, apesar de iniciativas como uma Federação Regional da Indústria ou a tentativa de sobrevivência da Sudene.

 

O professor Felipe Macêdo de Holanda destaca que o Sistema BNB/Etene/Sudene é essencial no enfrentamento da crise atual. "Os cerca de R$ 30 bilhões anuais do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), e ainda o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) (R$ 5,1 bilhões disponíveis ao final de 2017), representam uma parte importante do financiamento ao setor privado na região e há um grande espaço para melhorar a distribuição setorial da aplicação dos recursos, priorizando setores com elevada capacidade de geração de empregos, renda, inovações e criação de novas bases tributárias, a exemplo da agroindústria e do turismo", ressalta.

 

Uma possível fusão entre o BNB/Basa/BNDES seria, portanto, mais uma grande perda para a região, podendo eliminar de vez a possibilidade de uma articulação conjunta.

 

Serviços

 

NEGOCIAÇÕES DE CONTRATOS

 

O fim do ano chegou com a renovação de contratos para várias empresas de serviços. Dentro da guerra de preços, as negociações estão difíceis e quem perdeu está demitindo funcionários, principalmente os contratados para ganhar meio salário dentro de um modelo de trabalho intermitente.

Os funcionários já sentem as diferenças nas indenizações, bem como as empresas no volume de pagamentos.

 

Livros

 

PESO NO BOLSO

 

O acesso à educação é realmente difícil nesse país. Há colégios cujas listas de livros para o Ensino Médio,repassada aos pais neste fim de ano, apresentam 

orçamentos em torno de R$ 3.500.

 

Vale ressaltar que há livros custando em torno de R$ 250 cada.

 

12 CATEGORIAS CRÍTICAS

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A Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp) fez essa semana o cadastramento de fornecedores e também mapeou 12 categorias consideradas críticas devido à falta de materiais.

Existem possibilidades de negócios nas seguintes áreas de produtos químicos: materiais de uso geral e laboratório (10%); hidráulicos e pneumáticos (6%); e eletrônico e instrumentação (6%). "Nós temos R$ 680 milhões de capacidade de gasto para essas categorias mapeadas. No entanto, os fornecedores locais só têm alcançado 20% desse montante. Ou seja, ainda há 80% (cerca de R$ 500 milhões) que pode ser direcionado para essas empresas da região", acrescenta o presidente da entidade, Ricardo Parente.

Foto do Neila Fontenele

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