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Petrobras: o cidadão subsidia o mercado
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Petrobras: o cidadão subsidia o mercado


Desespero. Essa palavra talvez seja a que melhor traduza a situação do governo Temer.


Mesmo com um déficit fiscal projetado pelo mercado de aproximadamente R$ 149 bilhões, o governo pretende reduzir impostos para conter os aumentos dos combustíveis.


Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), propôs a retirada da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para ajudar a baixar o preço da gasolina e do diesel. Paralelo a essa iniciativa, também haveria a redução das alíquotas do PIS e da Cofins.


Nessas horas, a história é resgatada para não se repetir os erros do passado. Está bem fresca na memória a política da presidente Dilma Rousseff de redução de tributos e intervenção na estatal para manutenção dos preços dos combustíveis, gerando rombo de US$ 40 bilhões, por manter esse controle por tempo demais.


Vale lembrar também a crise do petróleo, que levou à ruína o milagre brasileiro de crescimento na década dos anos de 1970. O momento é para se pensar onde está a autossuficiência de petróleo do Brasil e perguntar qual o papel da Petrobras para o País, já que a empresa tem como principal acionista o governo.


Os consultores são quase unânimes sobre a posição de que não é possível manter a política de segurar preços como no passado, ressaltando o custo para a empresa. Mas e o custo de manter todas as oscilações do mercado internacional?


O presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates, tem uma análise diferente sobre o assunto. “Reduzir impostos representa o endeusamento máximo do acionista da Petrobras, em detrimento da economia nacional e do cidadão brasileiro. Quando se deixa de arrecadar um imposto, que vai para todo o estado brasileiro, para subsidiar consumo de gasolina e diesel, se privilegia o acionista da Petrobras”, ressalta.


Há também outra consequência que deve ser pensada: a redução da arrecadação pode significar a condenação do mandato do próximo presidente, em uma política que pretende agradar ao mercado.


É preciso também lembrar que, desde a mudança da política da Petrobras no ano passado, os reajustes chegam a 60%, com mudanças nos preços em mais de 150 momentos diferentes.


Desvio da discussão


PESO DOS IMPOSTOS SOBRE OS COMBUSTÍVEIS


Jean-Paul Prates ressalta que nunca o Brasil teve preços de combustíveis reajustados em tempo real. “Nem com Getúlio, militares, Sarney, Collor/Itamar, FHC, Lula/Dilma. Sempre houve uma unanimidade: buscar autossuficiência em petróleo para diminuir nossa sujeição à volatilidade dos preços globais”.


Na sua avaliação, há um desvio da real discussão, quando se desloca a questão para a redução dos impostos a fim de reduzir o impacto dos aumentos. Ele conta que o Brasil segue o modelo europeu, onde os combustíveis, nos últimos 30 anos, sempre foram muito taxados.


Ambev


R$ 340 MILHÕES NO CEARÁ


A cervejaria Ambev apresentou números sobre os seus investimentos no Ceará nos últimos cinco anos: foram aplicados R$ 340 milhões nesse período. As unidades de produção instaladas em Aquiraz empregam mais de 800 funcionários. Somente em 2017, R$ 440 milhões foram recolhidos em ICMS.


Ceará 2050


PROPOSTAS DA CONSTRUÇÃO PESADA


A equipe do projeto Ceará 2050 segue ouvindo representantes do setor econômico. Hoje será a vez da área de construção pesada. O superintendente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Ceará (SinconpeCE), Luiz Carlos Thé Franco, participará de encontro com representantes de 40 entidades do segmento produtivo, que ocorrerá no Porto das Dunas.


Vale lembrar a importância da construção pesada, ligada diretamente às obras de desenvolvimento. Esse é um segmento que aguarda ansioso os investimentos divulgados pelo Estado: cerca de R$ 561 milhões destinados para melhoria de aproximadamente 690 km de infraestrutura rodoviária.


Facção


MUDANÇAS NA TERMINOLOGIA


Com o aumento da violência, uma palavra está sendo eliminada no mundo da moda: “facção”. O termo era utilizado para designar o sistema de terceirização do setor, onde vários pequenos fabricantes realizavam parte da confecção do produto, muitas vezes trabalhando em suas próprias residências. O termo foi substituído pela expressão “produção artesanal”.


Confecção


CERTIFICAÇÃO PARA NEGÓCIOS


O novo presidente do Sindicato da Indústria de Confecções do Ceará (SindConfecções), Elano Guilherme, pretende fortalecer o projeto Universidade Corporativa da Moda, com cursos e certificações. Amanhã, a partir das 18h30, na Federação das Indústrias, haverá palestra sobre gestão e certificação para grandes negócios.


Se queres prever o futuro, estuda o passado”

Confúcio

(551 – 479 a.C.), filósofo chinês


Rádio


O POVO Economia da Rádio O POVO CBN (FM 95.5) a partir das 14 horas. Destaque para o quadro “Atacado e Varejo”, com o jornalista Eliomar de Lima.


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TV


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