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Onde os fracos não têm vez
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Onde os fracos não têm vez


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma reflexão importante ao analisar a trajetória do economista Paul Singer, que faleceu nesta segunda-feira. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, FHC ressaltou que Singer se caracterizou pelo “seu rigor metódico, seu amor aos dados, à pesquisa e por nunca haver perdido a noção de que a economia, como as demais ciências sociais, não dispensa um olhar humanista”.


Quem acompanhou o trabalho intelectual de Paul Singer sabe o quanto foi lúcida a declaração de FHC e o quanto ele está certo ao ressaltar a necessidade de uma visão humanista: não podemos viver sem esse olhar histórico-filosófico.


Uma geração de economistas desenvolvimentistas parece silenciada. Procurado pela coluna, o economista Cláudio Ferreira Lima diz que esse é o contexto de nossa época. “O capitalismo, em sua fase financeira, não é mais ligado à produção; ele simplesmente se transformou em algo especulativo, em que o capital serve apenas para gerar mais capital”, ressalta.


Até o Papa Francisco tem chamado a atenção para os malefícios dessa ausência de filosofia, onde o dinheiro existe apenas para gerar dinheiro. “O meio se torna o fim”, ressalta Ferreira Lima.


Com isso, não há outro caminho além das crises, sobre todos os ângulos, restando apenas uma situação na qual os grupos mais fragilizados têm cada vez menos oportunidades.


TROCAS


DIAS DE VIDA X COISAS


A banalidade da acumulação pela acumulação e o desmantelamento das estruturas de trabalho aumentam a desigualdade e geram uma situação insustentável. “Trocamos dias de vida por coisas. Viver bem é saber fazer a troca”, diz Claudio Ferreira Lima, parafraseando o ex-presidente do Uruguai, José Mojica.


E, para manter a democracia, dentro dessas circunstâncias, é preciso fazer concessões e um certo jogo de servidão voluntária que se torna cada vez mais difícil. Portanto, precisamos de mais humanistas e de mais humanismo na economia, a fim de tornar as relações menos desiguais.


COMÉRCIO


VENDA ONLINE


Com a crise e os problemas de segurança, as vendas online ganharam mais força. No Brasil, elas representam apenas 15% do total, mas a perspectiva é de um avanço rápido, podendo impactar no mercado imobiliário.


PIB


PEQUENOS AVANÇOS


O mês de fevereiro foi mais uma prova de fôlego do comércio nacional. Pelas contas do Banco Central, a atividade cresceu 0,09% em fevereiro, mas teve um desempenho pior do que o esperado. Houve uma pequena melhora em relação a 2017: pelo IBC-Br, o avanço foi de 0,66%.


O balanço dos resultados, na avaliação de analistas, é o seguinte: já estivemos em uma situação mais grave, mas os resultados estão longe do esperado. Ou seja: o dinheiro não voltou a circular como se esperava.


Os empregos que retomaram até agora estão ainda muito centrados no mercado informal. Basta um passeio de Uber para entender para onde muita gente migrou a fim de conseguir sobreviver. Há uma diferença muito grande na qualidade do que está sendo ofertado.


O economista Luís Eduardo Barros, vice-presidente do Ibef-CE, explica que não estamos em condição de fazer exigências. Ou seja: para que empregos de qualidade possam ser retomados, a economia terá primeiro de se reerguer.


ACERTOS


REUNIÃO EM ROTERDÃ


O governador Camilo Santana anunciou ontem que uma equipe do governo do Estado, comandada pelo secretário do Desenvolvimento Econômico César Ribeiro, está em Roterdã para discutir os acertos para a assinatura do contrato com o porto holandês, o que deve ocorrer até o final de junho.


EXPORTAÇÕES


CIPP NA FORTALEZA STONE FAIR


O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S/A) participa da feira rochas ornamentais Fortaleza Stone Fair, que tem início hoje. Vale ressaltar: em 2017 o porto movimentou 22,1 mil toneladas de rochas, das quais 98% foram exportadas. Até março deste ano, esse número passou para 3,8 mil toneladas. Os principais destinos desses produtos foram Estados Unidos, Itália, China e México.


O comércio do mundo é conduzido pelos fortes e usualmente opera contra os fracos.”

HENRY BEECHER

(1813-1887), escritor norte-americano


RÁDIO


O POVO Economia da Rádio O POVO CBN (FM 95.5) a partir das 14 horas. Destaque para o quadro “Atacado e Varejo”, com o jornalista Eliomar de Lima.

 

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TV


Você pode assistir ao programa O POVO Economia também através do portal: tv.opovo.com.br/opovoeconomia.

 

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