Durante pelo menos seis décadas tentou-se a criação de uma visão de conjunto do Nordeste, com a implantação de órgãos federais (Sudene, BNB e Dnocs), visando a diminuir as desigualdades regionais.

A partir do final dos anos 1990, esses órgãos foram sendo esvaziados. Com exceção do Banco do Nordeste, pouco ficou da efetividade dessas instituições. O resultado disso pode ser visto na ausência de uma coordenação regional para a busca de projetos de infraestrutura.

A cientista social e economista pernambucana Tânia Bacelar, ontem, em entrevista à coluna, reforçou que esse papel poderia ser repassado para o fórum dos governadores da região. Infelizmente, segundo ela, não há uma pauta prévia, com demandas conjuntas nessas reuniões. “A pauta é improvisada. Eles trabalham apenas com a conjuntura”, ressalta.

O fórum dos governadores poderia oferecer uma contribuição maior à região e servir como alternativa. Como isso não acontece, os estados apresentam comportamentos semelhantes aos dos caranguejos nos cestos: quando um sobe, os outros puxam-no para baixo, principalmente na busca por investimentos novos.

Ou seja: briga-se pelos mesmos projetos...

DISCURSO

ONDE ESTÃO OS DISSONANTES?

Economista de perfil desenvolvimentista, Tânia Bacelar reclama da falta de vozes dissonantes ao discurso oficial veiculado na mídia. Através do embate das diferenças, ela acredita que é possível enfrentar os grandes problemas no País.

No caso do Nordeste, a homogeneidade do discurso torna a situação um pouco pior: “É como se o Brasil fosse apenas o Sudeste, e empobrecemos a partir daí”, acrescenta.

PPP

NOVO MODELO DE FINANCIAMENTO

O desenvolvimento regional deve enfrentar novos desafios: a forma de financiamento da estrutura, que era feita pelo Estado, está passando para o setor privado através da criação de parcerias com empresas.

Esse fato pode trazer oportunidades, como no caso dos aeroportos, mas também problemas para o Nordeste, que ainda é menos competitivo. Esse foi um dos pontos destacados por Tânia Bacelar durante palestra no Centro Industrial do Ceará (CIC).

O alerta pode mobilizar os estados para a criação de um novo mapa de negócios, que normalmente apresenta mais espaço em áreas com maior densidade econômica.

EXPORTAÇÃO

MULHERES SUPERPODEROSAS

A Câmara Temática de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro do Ceará será comandada por três mulheres com história nas áreas de exportação. A empresária Roseana Medeiros, representante da Federação das Indústrias (Fiec), assumirá a presidência da entidade e substituirá o advogado Rômulo Alexandre; a executiva Marta Campelo (Sebrae) será a primeira secretária; e a professora Mônica Luz (Unifor) ocupará a segunda secretaria.

TECIDOS

CRESCIMENTO DO MERCADO TECNOLÓGICO

A velocidade de desenvolvimento do Ceará em algumas áreas têxteis chamou a atenção da empresa catarinense Texneo. A companhia tem observado a evolução da procura por tecidos tecnológicos voltados aos mercados sportswear e beachwear, nos quais a companhia atua.

Ontem, em entrevista à coluna, Johnny Francis Gaulke, diretor de Mercado Texneo, ressaltou que antes a moda era ditada por são Paulo, mas que há uma tendência de regionalização. No caso do Ceará, o estado não é mais considerado apenas produtor, mas também criador de coleções. Não há no momento interesse em estabelecer fábrica por aqui, mas ações de marketing e patrocínios para áreas esportivas.

Com a ampliação do mercado fitness e de produtos UV, o segmento de vestuário específico tem crescido – há ideias para a criação de uma corrida de rua ou o apoio a projetos em execução em Fortaleza.

AIR CENTRE

ARTICULAÇÃO DE SECRETARIA

 

A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado encaminhou ontem nota à coluna lembrando que ela própria é a entidade que está à frente da negociação do acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia de Portugal. A parceria proporcionará a implantação do projeto Atlantic International Research Centre (Air Centre), que pretende impulsionar negócios e pesquisas entre os países banhados pelo Oceano Atlântico e a Europa.

PRÊMIO

ESPÍRITO PÚBLICO

Profissionais da área pública com contribuições sistemáticas para a solução de problemas no País podem receber premiação. Grupo formado por organizações resolveu estimular boas iniciativas nas áreas de educação, finanças públicas, meio ambiente e segurança.

Servidores de carreira e comissionados com pelo menos 10 anos de trabalho poderão participar. Os vencedores levarão para casa R$ 50 mil e ganharão uma viagem para conhecer o serviço público britânico. As inscrições podem ser realizadas através do site www.premioespiritopublico.org.br até o dia 25 de março.

“Na economia, assim como na política, uma sólida convicção é, não raro, falta de informação. Ou de imaginação”

JOSEPH SCHUMPETER (1883-1950), economista austríaco

RÁDIO

O POVO Economia da Rádio O POVO CBN (FM 95.5) a partir das 14 horas. Destaque para o quadro “Sobe e desce da economia”, com o jornalista Nazareno Albuquerque.

FACEBOOK

Curta a nossa página: facebook/opovocbn

TV

Você pode assistir ao programa O POVO Economia também através do portal: tv.opovo.com.br/opovoeconomia.