Com a chegada de junho vem também uma das épocas mais gostosas do ano. Digo gostosas não apenas no sentido gustativo, mas, com os festejos juninos, te-mos muitos outros prazeres que vão para além do paladar, em-bora este seja um dos maiores e mais importantes do momento. É tempo de, assim como no Car-naval, ocupar as ruas, as praças, os terreiros, os terrenos e as la-tadas no sertão. Hora de deixar tudo iluminado, colorir o salão de bandeiras e balões e o corpo de chitas e laços. Logo mais estare-mos esbarrando em arrasta-pés e fogueiras pelas esquinas e serão uns tais de anarriês e alavantús que não se acabam mais.
Quanto ao gosto, esse que a gente coloca na boca, não o do sentido sociológico, ah meus amigos, não consigo pensar em melhor período do ano. Não é a toa que São João foi chamado de discípulo amado por Cristo, algo de muito bom ele deve ter feito para merecer para si feste-jos tão bonitos e cheios de sabor. Pensando na sazonalidade dos produtos do nosso terroir nor-destino, temos uma abundância de milho nesses meses. Não é a toa que tanto do paladar dessa época passa por esse ingredien-te. A exemplos do cuscuz, arru-madinho, milhos cozidos e assa-dos, canjicas, pamonhas doces e salgadas, bolos e munguzás, também doces e salgados.
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O famoso “pratinho” pode ser encontrado nos quatro cantos do nosso Estado e costuma ser montado de muitas formas. Às vezes com três, quatro, cinco preparos numa mesma cumbu-ca de plástico e existe um talento todo especial dessas cozinhei-ras em empilhá-los com muita destreza, fazendo tudo caber perfeitamente. Os clássicos são vatapá de frango, peixe ou ca-marão, carne de sol com cebola, creme de galinha, baião de dois e paçoca.
Um hábito muito comum na minha infância, que tem sido deixado constantemente de lado, é a fabricação caseira do aluá. De origem indígena, essa bebida ge-ralmente é feita com milho, arroz ou abacaxi, especiarias e ado-çada com rapadura ou açúcar mascavo. Os potes de barro aon-de são depositados o aluá ficam tampados fermentando por dias. Lembro demais do cheiro do aluá feito pela nossa vizinha quando éramos crianças na Cidade dos Funcionários e para mim tem sa-bor de saudade.
Seria muito difícil aqui, em poucas linhas, conseguir tra-zer a totalidade dos sabores e aromas dessa época tão mági-ca. Não posso deixar de lado os bolos de macaxeira, grude e pé-de-moleque vendidos na fatia. Portanto, amigos, o sabor, a ale-gria e o encontro desses tempos é no meio da rua. Convido-os a tentar se livrar de alguns re-ceios e ocuparmos juntos a cida-de com nossas cores e sorrisos. É época de chuveirinho e traque na mão de menino, de dançar colado com seu bem-querer e de um Nordeste inteiro em chamas de alegria. Um Viva São João!
RECEITA
VATAPÁ DE FRANGO
Rende aproximadamente 5kg
Ingredientes:
O frango e o caldo do preparo abaixo
500g de cebola
50g de alho
2 maços de coentro
7 pães carioquinhas
1 litro de leite de coco
1 pimentas dedo de moça ou pimenta calabresa
20g de Colorau
50 ml de azeite de dendê
50ml de óleo
Sal e pimenta do reino à gosto
Amido de milho pra dar o ponto
Preparo: Puxe a cebola e o alho no óleo e no dendê, coloque o frango e deixe refogar. Coloque o colorau e adicione o caldo do frango e deixe cozinhar bem.
À parte, bata o extrato de tomate, a pimenta dedo de moça e o leite de coco com os pães e coloque no fogo com o caldo até encorpar. Finalize com o coentro e se necessário engrosse com um pouco de amido.
Peito de frango cozido e com caldo
Ingredientes:
2,5kg de peito de frango
300g de extrato
20g de colorau
500g de cebola
400g de cenoura
50gde alho
Sal e pimenta q.b.
Preparo: misture os ingredientes. Cubra de água e deixe cozinhar até o ponto de desfiar. Coe o caldo e reserve. Desfie o frango bem fininho.
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