[FOTO1]

 

Começamos 2018 com uma excelente notícia para o setor de bares e restaurantes em Fortaleza. A Prefeitura de Fortaleza assume a gestão da orla da Capital podendo planejar, ordenar, fiscalizar e criar concessões que atendam a todos os interesses, sejam eles públicos e privados.
Estou há vinte anos no setor de bares e restaurantes e, pela primeira vez, estamos observando um prefeito, Roberto Cláudio, que trabalha no intuito de valorizar a qualidade de vida dos fortalezenses e faz isso transferindo e reconhecendo a importância do empreendedor.

Seja o ambulante que vende comida em sua carrocinha ou os restaurantes que há anos já estavam estabelecidos, estas pessoas viviam na corda bamba da oscilação e da insegurança jurídica dos desmandos dos legisladores anteriores, que a cada mandato mudavam regras, condutas e até a interpretação de leis vigentes. Imagine que, em gestões anteriores, havia o interesse em retirar todas as barracas da Praia do Futuro.
 

No domingo do Réveillon eu observava de minha cadeira na praia a quantidade de pessoas que dependiam daquele lugar que eu estava. Investi meu dinheiro em picolé, coco e nos alimentos da barraca. Vendedores ambulantes, garçons, cozinheiros e mais uma leva de pessoas fazem a vida ali. Eu naquele momento contava com a segurança que a barraca me fornecia, com a limpeza da areia, com a manutenção das cadeiras e observei que da hora que desci do meu carro até voltar todos os serviços que me atenderam eram privados.
 

A Prefeitura só precisou investir na calçada, na rua e nos serviços mais básicos que a ela compete. Nem policiais lá se avistava e que ótimo que não precisamos deles naquele momento. Estamos há anos letárgicos no crescimento econômico ligado ao turismo de nossa cidade em função da necessidade atual de tentar atender todos os interesses.
 

Sempre que se propõe uma nova ação de modificação na ocupação da cidade surgem opiniões divergentes, sempre tendendo a serem contrárias às intervenções econômicas e com o argumento do respeito ao direito de ir e vir, da não poluição visual e, em muitos casos, de uma visão retrógrada de que se um empresário ganha dinheiro o resultado não é bom para a sociedade.
 

Todos pagam impostos, todos pagam taxas e, sendo assim, qualquer ocupação, apropriação, cessão tende a ser benéfica para a sociedade já que, em tese, já melhora, no mínimo, a percepção de segurança. Obviamente não estou sendo leviano e achando que devemos “liberar” qualquer tipo de ocupação.
 

É obvio que o prefeito e seus secretários saberão pesar os interesses, mas Fortaleza tem exemplos claros da destruição causada pela falta que os empreendimentos em gastronomia podem causar em regiões com tendências turísticas e de lazer. Vide exemplos a Praia de Iracema com seu aspecto abandonado onde há restaurantes fechados.
 

A Praia do Futuro com altos índices de assalto, onde não há intervenções das barracas de praia, ressaltando a inexistência de fluxo de pessoas onde há barracas fechadas e o maior exemplo do benefício da ocupação dos empreendimentos em alimentação, a marcha criminal da Avenida Beira Mar se concentra em pontos onde não há empreendimentos e, consequentemente, é menos ocupada por trabalhadores, clientes e transeuntes. Como exemplo positivo podemos ressaltar a ocupação da praça da cidade 2000. Um case de como ambulantes transformaram o lazer e a segurança de uma região.
 

Espalhar por nossa cidade um viés de crescimento com o auxílio do poder público o do setor que gera empregos com o melhor coeficiente investimento/retorno, que são os restaurantes, será provavelmente a ação mais eficiente que o prefeito poderá tomar numa ação emergencial para conter a violência, a sujeira urbana, a ocupação desordenada e um movimento producente para que tenhamos uma cidade modelo no recebimento de turistas e de opções de lazer gratuito