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Não é novidade que a gastronomia se associa facilmente como serviço complementar às mais diversas atividades. Para isso não devemos enxergar esse campo como mera atividade econômica solta e desprendida, mas como destino associado à atividades que parecem principais. Digo parece porque, dando continuidade à série de textos sobre países nórdicos e mais especificamente sobre a Noruega, hoje vamos falar de esportes radicais, com tempero, é claro. Partindo de Oslo, capital da Noruega, em três horas de viagem de ônibus, chega-se a Loen, cidade pequena com menos de mil habitantes locais, mas com fluxo intenso de turistas que buscam o local para prática de Mountain Bike, Trekking, Escalada, Alpinismo no gelo e caminhadas leves. Hoje Loen se tronou um dos principais pontos turísticos da Noruega após a implantação do Skylift. Uma espécie de teleférico que auxilia a subida para o pico mais alto de um rochedo que serve de ponto de partida para esportistas ou de estada em seu restaurante para os menos aventureiros. No alto do Skylift o belíssimo Hoven Restaurant, operado por um dos ícones da hotelaria norueguesa, o Hotel Alexandra, serve de sanduíches, sopas e pratos, todos regados à belíssima vista dos Fjords. Ainda, servido junto, um prato que não podemos deixar de comer na Noruega é a pesca esportiva de bacalhau e outros peixes do mar gélido do Atlântico Norte. Já tive a oportunidade de pescar em alto mar com ele bem revolto em pesqueiros comerciais, mas dessa vez escolhi uma réplica de um modelo de 1890, o Storeggen. Uma pesca calma seguida de um almoço que pode ser resultado da pesca. O almoço é servido em terra, no Museu da Pesca Sunnmore, na cidade de Alesund. Ainda partindo de Alesund visitei um dos mais inusitados restaurantes que já conheci. O Skotholmen, guarde esse nome, ele será um três estrelas Michelin em breve, assim como seu jovem chef, de apenas 23 anos, Magnun Bergseth. Só se chega de barco, no meu caso viajei por uma hora num RIB. Um barco pequeno com capacidade para 12 pessoas, onde com roupa para baixíssimas temperaturas, voamos a 80km/h em alto mar. O restaurante fica num antigo estaleiro que servia de abrigo para marinheiros perdidos no meio do oceano. Não em mar aberto, mas cercado de rochedos.

Sonhe com uma cozinha onde de forma distraída você corta cebolas e observa baleias, focas e pinguins passarem?

Não é sonho, é a Noruega.