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Sørlandet, um veleiro escola em Fortaleza
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Gastronomia vida & arte

Sørlandet, um veleiro escola em Fortaleza

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Sørlandet é um patrimônio cultural norueguês. Há décadas, ele serviu para a formação de marinheiros e hoje está aberto para jovens de todas as idades, que tenham interesse em aprender não só a velejar, mas também a conhecer o mundo sem perder o ano escolar. Atualmente, o navio mantém 50 alunos a bordo e, embora maior parte seja da Noruega, também existem jovens de outras nações como stados Unidos e China.
 

Os alunos ficam um ano embarcados e não têm nenhuma atividade na área de gastronomia durante esse período. O que pouco se divulga é que esse barco serviu, por um tempo, para trazer bacalhau e levar café para a Noruega, período em que teve sua principal vinculação com nosso País.
 

Sua representação histórica e cultural vai mais distante, já que serviu de abrigo para alemães durante a guerra e museu itinerante, tendo levado para mais de 60 países seu acervo, assim como foi durante muito tempo um standart de representação da realeza norueguesa em diversos países. Logo que a embarcação informou que atracaria em Fortaleza, amigos da embaixada entraram em contato comigo para lhes auxiliar numa recepção que ocorreria dentro do barco. Posteriormente, o ministro Jan Dybfest e Renata Prado, da Innovation Norway, solicitaram uma atividade mais marcante e propusemos uma aula de gastronomia brasileira. Mas o interesse do Conselho Norueguês de Pesca era que os estudantes noruegueses, que jamais haviam provado bacalhau salgado, pudessem perceber como seu país contribuía com os hábitos de consumo no mundo, assim como experimentar como nossa cultura colaborava com a economia norueguesa. Desta forma, preparamos uma receita portuguesa, Bacalhau à Lagareiro, com bacalhau norueguês e com uma boa explanação de por que Brasil, Portugal e Noruega estavam entrelaçados por sua história, culturas e laços comerciais. Para Kelsey Hamel, relações institucionais da fundação que administra o Sørlandet, não há registro de atividade que envolvesse a gastronomia e de que esse foi um primeiro passo para que ela passasse a fazer parte do currículo escolar regular ou ocasional. Tal feito, contribuiu para que a Noruega passe a entender a gastronomia como uma representação de linguagem de expressão, utilizando-se dela como ferramenta de estreitamento de cultura, podendo fazer com que a distância geográfica entre os países se exígua.
No momento em que eles se agarram em atitudes populistas e protecionistas, a Noruega mostra ao mundo por que pequenas atitudes podem fazer de um país pequeno territorialmente um gigante da diplomacia, educação e na geração de riqueza.
 

“Estou muito satisfeita pelo Sørlandet ter escolhido o Brasil, especificamente a cidade de Fortaleza, como um de seus destinos em 2017. O Ceará tem muitas semelhanças com a Noruega, entre elas uma longa tradição de navegação marítima, e de exportação e produção de peixes. Espero que a visita do navio a Fortaleza seja o começo de uma relação frutífera entre a Noruega e esse Estado brasileiro”, afirma Aud Marit Wiig, embaixadora da Noruega no Brasil.
 

Por Rodrigo Viriato

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