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Jogos, trapaças e um vídeo fumegante

2018-07-05 01:30:00

”Perder ou ganhar é do jogo. Simular situação, levar vantagem... Isso é mau exemplo para o garoto, para quem está crescendo, para o meu filho, levar vantagem nas coisas”.

Não foi o técnico do México, Juan Carlos Osorio, o autor de tais críticas a Neymar. A colocação é de Tite, em 2012, então técnico do Corinthians logo após enfrentar o Santos — que ainda tinha o atacante vestindo as suas cores. O episódio foi lembrado e o vídeo resgatado inundou as redes sociais e programas de televisão na terça e na quarta-feira. Imediatamente, o treinador de seleção brasileira foi acusado de hipocrisia, já que agora defende o comportamento de seu principal jogador. Do lado oposto de quem ataca a postura de Tite, há os que lembram: mudar de opinião é um direito de qualquer um.


NÃO É DE HOJE


O camisa 10 do Brasil é craque e há uma patrulha absurda e desnecessária em relação ao que faz ou deixa de fazer fora de campo. Mas quando o assunto é simulação de faltas em situação de jogo, Neymar deve ser avaliado. É um traço de personalidade dele, buscando sempre chamar atenção durante as partidas, algo que ele não parece ter qualquer intenção de mudar. São quase dez anos de carreira profissional agindo assim.


CONDUTA PREVISÍVEL


Comandante de dezenas de profissionais que buscam o título da Copa do Mundo, o treinador da seleção brasileira não pode fazer críticas abertas aos elementos do grupo. Causaria uma hecatombe bater de frente, decisão muito pouco inteligente.

Em sua posição, cabe a Tite orientar internamente seus jogadores. Mas nas declarações abertas não há outra forma de agir a não ser proteger seus atletas, especialmente um de 26 anos que age como um adolescente em formação durante os confrontos.


CAMINHO DEFINIDO


Não há de se falar em hipocrisia do técnico brasileiro. Também não há como defender a tese que Tite simplesmente refez seu pensamento sobre a conduta de Neymar. Afinal, o jogador não mudou em nada no referido aspecto das simulações. O que ocorre é que agora eles estão do mesmo lado e é como que as coisas funcionam. É assim que a banda toca. Não há outro caminho aceitável diante do cenário, infelizmente ou felizmente.

Fernando Graziani

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