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Triunfo tão inquestionável como desesperador

2018-06-23 01:30:00

Impossível questionar a vitória do Brasil sobre a Costa Rica. Ainda que construída com dois gols após os 45 minutos do segundo tempo, em um cenário de tremendo desespero — se não vencesse a chance de ser eliminado na 1ª fase seria enorme — foi muito merecida. No total, 23 finalizações, 10 escanteios e 66% de posse de bola, contra quatro finalizações do adversário e um escanteio. Agora, o que deve ser questionada é a postura da equipe no primeiro tempo. Sem criatividade, errando muitos passes para o padrão brasileiro, o time também mostrou nervosismo sem cabimento e falta de concentração nas finalizações. Individualmente, peças como Willian, Marcelo, Paulinho, Casemiro e Gabriel Jesus não funcionaram, assim como Neymar, mais uma vez irritado, com pouca movimentação inteligente, reclamando muito da arbitragem, simulando faltas e pouco efetivo nas oportunidades de gol.


CHORO?


Neymar, por sinal, seguiu com o baixo padrão de atuação até o fim da partida, mas fez o segundo gol e depois se ajoelhou com as duas mãos no rosto. Não dá para julgar se foi encenação, demonstração de fraqueza, mais um episódio de lágrimas de crocodilo, ação de marketing para chamar atenção ou alívio real diante da pressão e de ter ficado parado mais de três meses por causa da contusão do pé, mas o que importa é seu ainda ruim desempenho, especialmente para quem tem capacidade de mostrar muito mais. Com quatro pontos em dois jogos, o Brasil está muito perto das oitavas de final.

 

OBRIGAÇÃO


Contra a Sérvia, na quarta-feira que vem, adversário muito mais forte do que a Costa Rica, Tite tem obrigação de mexer na equipe titular. Roberto Firmino e Douglas Costa pedem passagem nitidamente. Ambos estão no auge da forma física e técnica. Em Copa do Mundo, torneio curto (o campeão faz sete jogos) as decisões dos treinadores precisam ser tão rápidas como a competição. Se Douglas e Firmino estão apresentando rendimentos melhores do que Gabriel Jesus e William — e efetivamente estão — não há qualquer motivo para permanecerem no banco. Um elenco forte se faz assim e o aproveitamento correto das peças, no tempo certo, é função fundamental do técnico.

Fernando Graziani

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