PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Preservem a economia da ebulição política

2018-04-01 00:00:00

Sem dúvidas, a operação policial que levou à prisão personagens que mantinham amizade de longa data com o presidente Michel Temer tende a causar rebuliços e instabilidades na já frágil situação política do País. Já se vislumbra como mais real a possibilidade da apresentação pela PGR de uma nova (seria a terceira) denúncia contra o presidente na Câmara dos Deputados.

 

Funciona assim: a denúncia é apresentada na Câmara. Se rejeitada, voltará a ser analisada após o fim do mandato do presidente. O processo segue adiante se aprovada por 342 deputados. Nessa hipótese, a acusação retorna ao Supremo para ser novamente analisada. Apenas no caso de a Corte aceitar a denúncia, Temer seria afastado por 180 dias da Presidência. Se condenado, perde o cargo.

 

A questão agora é que o calendário político é favorável ao presidente. Vêm por aí as festas juninas, as convenções partidárias e a campanha eleitoral. Além disso, as investigações a partir da operação de quinta-feira ainda estão em andamento e não se sabe ao certo se há elementos suficientes para a PGR apresentar uma denúncia. 

 

Bom, sabe-se que Rodrigo Janot não precisou de elementos suficientes para apresentar as duas denúncias anteriores. Basta lembrar da lambança da JBS com os homens da PGR para gravar Temer. De todo modo, as circunstâncias políticas são complexas. Se apresentada a denúncia, mesmo inconsistente, tudo se torna um fato político a ser enfrentado pelo presidente. 

 

Em ano de disputa eleitoral, com a política devastada, em ebulição e o País politicamente dividido. É turbulência por demais. O País vai tirar a sorte grande se a economia não se desorganizar novamente.

 

MANTER A EQUIPE É A MELHOR IDEIA
 

Até o fechamento da coluna, dava-se como certa a indicação do economista Eduardo Guardia para o Ministério da Fazenda. Tomara que o presidente tenha a coragem de nomear o linha dura, técnico e conhecido como o “Senhor Não” quando diante de demandas oriundas de interesses políticos.

 

A torcida é que se mantenha a equipe que agiu com maestria para reorganizar a economia e tirar o País de sua mais profunda recessão. O grupo montado por Henrique Meirelles tem credibilidade e competência. São profissionais respeitados e capazes de manter a política econômica no rumo e o mais longe possível da nossa confusa, instável e tantas vezes bandida política.


QUANDO OS EXTREMOS SE ENCONTRAM

 

Caso se comprove que os tiros desferidos contra veículos que compunham o comboio de Lula pelo Sul do País partiram de extremistas de direita, há duas possibilidades. Tendo sido um ato premeditado por um grupo organizado, cujo pensamento foi apostar na radicalização política do País, é preciso tratar o caso como terrorismo puro e simples. Tendo sido um ato isolado, de um ou dois brucutus do miolo mole e baixa contagem de neurônios, o rigor da lei também deve imperar, mas os efeitos são apenas um pouco diferentes. 

 

De todo modo, nota-se a pouca inteligência dos grupos e pessoas que promoveram protestos radicais contra Lula. Afinal, a visita do ex-presidente pelo Sul do Brasil caminhava célere para conceber um rotundo fracasso. Uma grande insignificância política, como tem sido a marca desde que a economia foi para o buraco com Dilma e as descobertas da Lava Jato se tornaram públicas.

 

Seria sim um fracasso. Porém, a ação de pequenos grupos de antipetistas e antilulistas, que adotaram o fanatismo na proporção do fanatismo característico da extrema esquerda, black blocs, MTST, MST e afins, deu a Lula e ao PT o palanque que não tinham. E claro, a posição de vítimas.

 

A truculência, no geral, é prática comum aos néscios. Fechar ruas, fazer barricadas com pneus em chamas, quebrar vitrines, invadir prédios públicos e privados, depredar, promover confrontos são atos não condizentes com a democracia. Na verdade, são crimes previstos em lei. O problema é que tem gente que acha que pode praticar esses crimes em nome de ideologias, geralmente com longa ficha de assassinatos mundo afora. 

 

A esquerda sempre praticou e incentivou esse tipo de coisa. Agora, a extrema direita se iguala. Já se sabe. Os extremos se encontram e são filhos diletos do fascismo, a palavrinha fácil que está na boca dos tolos que querem atacar outros tolos, geralmente sem saber o seu real significado.

TAGS