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O mundo recomeça em 2018

2017-04-13 01:30:00
 

Por onde começar diante do destroço das listas de Edson Fachin? Como dar conta do impressionante amontoado de fatos, listas e vídeos? Pois é. Não haverá papel de jornal suficiente para expor a bandalheira. Bom, resta-me a análise política em pouco mais de três mil caracteres (com espaços). Espero abordar com alguma qualidade alguns ângulos da questão.

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Muito embora o comando central dos incríveis acontecimentos tenha se dado no âmbito dos mais de 13 anos dos governos de Lula e Dilma, sobrou indistintamente para quase todos os lados, partidos e potenciais candidatos a presidente em 2018. Lula, Aécio, Alckmin e Serra vão ter que responder a inquéritos.


No caso de Lula, já são cinco em andamento. Podem chegar a 11. É que Fachin enviou mais seis petições para a Vara Federal de Curitiba. Sim, caberá a Sérgio Moro decidir se transforma as petições em inquéritos. Pelo histórico de decisões do juiz paranaense, as decisões são céleres. Ainda mais com os demolidores e cabeludos depoimentos em vídeo da família Odebrecht.


No caso de Alckmin, o ministro Fachin enviou uma petição para o STJ. Escolhido através de sorteio, um ministro dessa corte decidirá se abre ou não um inquérito. Quanto a Aécio Neves, Fachin já decidiu que o mineiro responderá a quatro inquéritos no âmbito do Supremo. José Serra está no mesmo patamar.


Vale observar que os procedimentos respondem a um conjunto de regras. Em alguns casos, os resultados podem ser céleres. Em outros, podem demorar muito tempo. Porém, a política é cruel. Políticos que precisam dar respostas à Justiça têm baixíssimas possibilidades de construir candidaturas presidenciais viáveis.

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Entre mortos e feridos, quais nomes podem sobreviver intactos para a disputa presidencial de 2018? Um deles é Ciro Gomes (PDT). Até aqui, o ex-governador do Ceará se mantém firme no propósito. Seu nome não aparece contaminado com o vírus mortal da Lava Jato. Pode ser a opção de grande parte da esquerda.


A ex-ministra Marina Silva (Rede) também atravessa incólume a avalanche de denúncias. Sim, tende a ser candidata pela terceira vez. O deputado federal Jair Bolsonaro, que busca um partido viável, é outro que vem escapando das listas.


Por fim, das cinzas tucanas o nome do prefeito de São Paulo, João Doria, ganha consistência com uma grande ajuda das circunstâncias políticas do País. Quem conhece um pouco como a política funciona entende que o tucano tem comportamento e fala de candidato.


Numa conjuntura tão dinâmica e tão afetada por fatores externos à política, é prematuro bancar avaliações definitivas. Bom que se diga que a lista Janot/Fachin ainda vai ser enxuta. Afinal, quase a metade da lista é composta por nomes que, a depender do entendimento dos juízes, podem ser acusados apenas de caixa 2 em campanha eleitoral. Trata-se do artigo 350 do Código Eleitoral.


E Michel Temer? Ora, o presidente não pode ser julgado enquanto durar o mandato. Portanto, deverá ir até o último dia de dezembro de 2018 no cargo. Não sem trancos e barrancos. A questão que sobra é: com que tipo de mandato chegará ao momento das articulações eleitorais e na consequente campanha?


Temer carregará o barco em mar revolto. Não há sinal de calmaria. Porém, estará à frente de um partido com tempo generoso na TV e com diretórios bem distribuídos na imensidão do País. Não é o pior dos mundos, mas algum candidato gostará de receber seu apoio? mmmmmmm mmmmm mmm

 

Adriano Nogueira

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