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O esvaziamento de Moroni
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O esvaziamento de Moroni

Tipo Análise
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Se você acompanha política há pelo menos dez anos, dificilmente algum nome da política virá à sua cabeça quando fala de segurança no Ceará acima de Moroni Torgan (DEM). Houve três ocasiões nas quais ele teve o poder na mão para sair do discurso para a prática. A primeira foi quando se projetou, nos anos 1980, como secretário da Segurança Pública no primeiro governo Tasso Jereissati (PSDB). A segunda foi nos anos 1990, no segundo governo Tasso, quando foi vice-governador, indicou o secretário e foi o coordenador do Sistema Integrado de Defesa Social (Sindes), que pretendia integrar as polícias e coordenar as ações do setor. O Sindes foi implodido pelo escândalo de corrupção policial que ficou conhecido como caso França. Moroni saiu rompido, e duramente criticado, por Tasso. Daí foi criada nos moldes atuais a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Desde então, Moroni virou oposição, sempre com discurso de que faz e acontece contra a criminalidade. Em 2017, assumiu como vice-prefeito da Capital e passou a coordenar a área de segurança no Município. 

Hoje, Fortaleza atravessa sua mais aguda crise na segurança. O que fez Moroni Bing Torgan? Cadê ele? O que colocou em prática da experiência acumulada? Qual a contribuição para resolver a crise?

Moroni teve dura derrota na última eleição, ao não eleger o filho Mosiah deputado federal. A postura, ou falta dela, na atual crise, ameaça demarcar sua derrocada política. 

O assento de Sarto 

José Sarto Nogueira (PDT) chega ao comando da Assembleia Legislativa pelo apoio dos Ferreira Gomes. Retribuição por duas décadas e meia de lealdade.

Não se trata apenas de força e prestígio pessoais. Com a saída de Zezinho Albuquerque (PDT), só haveria uma alternativa tão Ferreira Gomes na Assembleia. Ela é Sarto. Porém, é reflexo do caminho que construiu. Deverá ser confirmado presidente da Assembleia Legislativa, ao passo que emplacou aliado na Câmara Municipal de Fortaleza. Não me recordo de a mesma personagem controlar as duas mais importantes casas legislativas do Ceará. A agenda da política no Estado terá de ser acordada com Sarto. 

Reflexo desse peso institucional que ele passa a ter, terá de ganhar assento nas principais decisões do grupo governista. Isso num momento-chave. A dois anos da sucessão municipal, não há candidato natural governista para o lugar de Roberto Cláudio (PDT). Camilo Santana (PT), também reeleito, tem no atual prefeito da Capital o nome mais óbvio para indicar à sua sucessão. 

Porém, isso passará pela eleição daqui a dois anos. Sarto não é potencial candidato a nenhuma dessas cadeiras. Não será a voz determinante em nenhuma delas. Porém, será levado em conta nesses encaminhamentos.

Ceará proíbe homenagem a quem usou Estado para cometer crime

O governador Camilo Santana (PT) sancionou lei que proíbe homenagens no Estado do Ceará a torturadores e corruptos. Deveria ser o óbvio, mas está cheio de gente por aí defendendo essas categorias de delinquentes, que se valem do Estado para cometer crimes. Tem quem acuse os direitos humanos de defenderem bandidos, mas não apenas ficam do lado de criminosos como querem vê-los homenageados.

Otimismo

Pesquisa Datafolha mostra que 56% dos entrevistados creem que a nova composição do Congresso Nacional terá desempenho ótimo ou bom.

O perfil do Congresso mudou muito. Está mais conservador, na esteira da eleição de Jair Bolsonaro (PSL).

Será interessante conferir esta avaliação dentro de dois ou três anos.

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