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Com quem ficam as supersecretarias de Camilo?
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Com quem ficam as supersecretarias de Camilo?

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Definido o desenho do segundo governo Camilo Santana (PT), falta saber quem irá tocar a renovada máquina. Por questão matemática, no mínimo seis dos atuais secretários perderão o cargos; ao menos o status. Além disso, irão emergir alguns supersecretários. Um pouco menos do que ocorre com Jair Bolsonaro (PSL) no plano federal, haverá pastas muito fortalecidas.

 

A principal delas, a Casa Civil. Desde a criação, há 12 anos, é uma das mais importantes secretarias do Estado. Pois agora, reunirá duas das secretarias mais poderosas. Irá incorporar a chefia de gabinete. Quem irá prevalecer: o atual chefe da Casa Civil, Nelson Martins? O atual chefe de gabinete, Élcio Batista? Nenhum dos dois? Essa última possibilidade me parece improvável. Mas, quanto ao que não for escolhido, como será acomodado?

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Outra pasta fortalecida é a da Proteção Social, Justiça e Direitos Humanos. Incorpora parte da atual Secretaria da Justiça, a pasta do Trabalho e Desenvolvimento Social e deve incluir coordenadorias de segmentos sociais. 

 

Francisco José Pontes Ibiapina assumiu o Trabalho e Desenvolvimento Social em abril, quando o então titular, Josbertini Clementino, saiu para ser candidato. Socorro França, da Justiça, acaba dedicando muito mais de seu tempo à parte da Secretaria da Justiça que se tornará a Secretaria da Administração Penitenciária. Será que um deles ficará na tarefa ou Josbertini - que não foi eleito - retorna? Ou, ainda, virá outro nome para a nova supersecretaria?

 

Ao incorporar Agricultura e Pesca, a Secretaria do Desenvolvimento Econômico é outra a ser encorpada. César Augusto Ribeiro está no cargo atualmente, enquanto Euvaldo Bringel comanda a Agricultura e Pesca. Um deles conduzirá a política industrial e agropecuária do Ceará?

 

Massacre de Milagres expõe absurdo da ideia de Bolsonaro

 

A matança ocorrida em Milagres, no Cariri, expõe o absurdo da proposta do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) de isentar de qualquer investigação os policiais que matem uma pessoa em confronto.

 

Alguém acha mesmo que seria razoável, que teria cabimento simplesmente não investigar a morte de seis reféns em Milagres? Fingir que não aconteceu nada e deixar para lá? Seria justo com as famílias?

 

A se confirmar a versão dada por policial ouvido com exclusividade pelo O POVO Online, segundo o qual eles foram recebidos a tiros e os reféns já estavam mortos, aos próprios participantes interessa a investigação e o esclarecimento.

 

O exemplo extremo por vezes é útil para expor absurdos. Não é nem mesmo viável, depois de morrerem 14 pessoas numa operação da Polícia, sendo seis reféns, ignorar o assunto e não apresentar explicações à população.

 

Aos policiais deve ser garantido o que é assegurado a todos: julgamento justo, presunção de inocência. São inocentes até que se prove o contrário. Não são eles que precisam provar que não mataram. A investigação, se for o caso, precisa provar a culpa que eles eventualmente tenham. Deve ser assegurado direito a ampla defesa. Isso são direitos humanos e devem ser garantidos a eles independentemente de qualquer outra condição. Independentemente do erro que tenham cometido. Mesmo que venha a se descobrir que os tiros que mataram os reféns partiram deles.

 

Ninguém há, também, de esperar que policiais enfrentem de peito aberto criminosos, muitas vezes, mais bem armados que eles. Dispostos a matar sem pestanejar. A situação é de risco e estresse extremo. Eles seriam atacados, por certo, e poderiam e deveriam reagir. Uma das missões é resguardar suas próprias vidas.

 

Isso não significa, de forma alguma, que as perguntas não devem ser feitas. Que as famílias não mereçam respostas. Esclarecimento nunca é demais e nunca é ruim para quem tem razão.Em caso tão trágico, no qual agentes públicos estão envolvidos em episódio com tantas mortes, deixar de investigar não é alternativa eticamente aceitável.

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