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A ascensão de nova força na Câmara
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

A ascensão de nova força na Câmara

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Com a eleição de Antônio Henrique (PDT) para presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, novo grupo assume o comando do Legislativo em Fortaleza. Nos últimos dez anos, em seis a presidência ficou com Salmito Filho (PDT), que deixa a Casa para assumir mandato de deputado estadual. O hoje pedetista havia sido eleito pela primeira vez pelo PT, contra a então prefeita Luizianne Lins (PT) e com apoio do hoje deputado Tin Gomes (PDT). Do primeiro mandato de Luizianne, em 2005, até 2010, Tin foi o principal líder da Câmara. Em 2011, com apoio de Luizianne, Acrísio Sena (PT) se articulou e venceu. Em 2012, a eleição de Roberto Cláudio tirou o PT do páreo. Em 2013, como parte do acordo com Eunício Oliveira (MDB), o eleito foi Walter Cavalcante (MDB). Depois vieram dois mandatos de Salmito.

 

Discreto, Antônio Henrique tem respaldo de padrinho diferente de todos os anteriores. Acrísio tinha Luizianne, Walter tem Eunício e Salmito teve Tin, até se impor pela força própria. O "padrinho" de Antônio Henrique é José Sarto Nogueira (PDT). Trata-se de um dos parlamentares mais leais aos Ferreira Gomes. Compunha a velha guarda do cirismo. Estava com eles bem antes de Salmito e Roberto Cláudio, por exemplo. Antes mesmo de Tin, primo de Ciro e Cid Gomes. Foi presidente da Câmara entre 1993 e 1994 na gestão Antonio Cambraia. Curiosamente, já esteve muito perto de emplacar afilhado no cargo. Justamente em 2009, quando seu irmão Elpídio Nogueira (PDT) foi candidato com apoio de Luizianne e perdeu para Salmito.

 

Sarto sempre foi cotado para ser contemplado com espaços de destaque - presidência da Câmara ou, sua preferência, o comando da Assembleia Legislativa. Nesta última, sempre foi preterido. Para a primeira, o irmão, Elpídio, perdeu quando teve a chance. A rejeição do vereador entre os colegas sempre foi empecilho para os planos. Novamente, Elpídio foi um nome que Sarto colocou na mesa. Mas, as dificuldades que teria para se eleger pesaram contra.

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A trajetória de Antônio Henrique é de quem cresceu comendo pelas beiradas. Como apontou ontem, neste espaço, o colega Carlos Mazza, esteve entre os mais votados nas duas últimas eleições. Participou sempre da Mesa Diretora, até virar secretário da Regional III. É diferente de todos os antecessores na última década. Salmito e Acrísio estavam entre as estrelas da Casa. Walter Cavalcante, embora discreto como Antônio Henrique, já vinha de longa trajetória ao ser eleito presidente. Era veterano da época de Juraci Magalhães.

 

A chegada de Antônio Henrique pode representar apenas a necessidade de, finalmente, contemplar Sarto com espaços mais relevantes. Ou talvez sinalize início de reacomodação interna dentro do PDT cearense. O comando da Câmara é particularmente relevante nos dois anos que antecedem uma eleição municipal para a qual o partido não tem candidato natural. E na qual Capitão Wagner (Pros) desponta como nome forte, possivelmente apoiado por Jair Bolsonaro (PSL).

 

Nesse contexto, Antônio Henrique desponta como nome que passa a ter protagonismo dentro do partido dos Ferreira Gomes. Deverá passar a ser novo interlocutor nas principais decisões da sigla e do Município.

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O rumo dos presidentes

 

Curiosidade sobre quem sai da presidência da Câmara: Tin Gomes e Walter Cavalcante são deputados estaduais. Acrísio e Salmito foram eleitos e assumem mandato na Assembleia Legislativa em fevereiro.

Foto do Érico Firmo

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