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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

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Faltam três meses para o primeiro turno da eleição presidencial e, não muito diferente da Copa do Mundo, nenhum favorito claro despontou. No caso do futebol, o Brasil despontava como principal candidato e já caiu fora. Dos que ficaram, a França parece a principal candidata, mas é bom abrir o olho. No caso da política, as pesquisas apontam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como líder, mas a condição jurídica de preso condenado inviabiliza a candidatura. Sem ele, ninguém chega a 20% das intenções de voto - e, na moderna história eleitoral brasileira, isso não tem precedentes a tão pouco tempo da eleição.

Jair Bolsonaro (PSL) tem vantagem numérica sobre os demais, mas a falta de estrutura, o partido nanico e o discurso extremista e agressivo lança muitas dúvidas sobre a viabilidade de construir maioria.

Os dois candidatos que vêm a seguir têm viabilidade eleitoral, nas pesquisas, condicionada à ausência de Lula na disputa. Marina Silva (Rede) segue Bolsonaro de perto, mas sofre também com pequeno partido, ausência de estrutura e com falta de visibilidade tanto dos apoiadores quanto da própria candidata. Não é alguém cuja movimentação sugere que ela esteja se encaminhando para a Presidência.

Ciro Gomes (PDT) tem feito negociações promissoras. Tem mais infraestrutura que os candidatos que estão acima. Mas ainda não deslanchou e existe a eterna dúvida sobre se ele não acabará estragando tudo.

Ciro e Marina têm uma desvantagem em relação a Bolsonaro: o pré-candidato do PSL tem apoiadores convictos e consolidados. As intenções de Ciro e Marina, em grande parte, migram para eles na simulação sem Lula. Ou seja, nenhum dos dois é a primeira opção de grande parcela de eleitores. Assim como vêm, esses votos podem ir.

Geraldo Alckmin (PSDB) tem mais recursos, mais estrutura, mais apoiadores, governadores, prefeitos, deputados. Tudo indica que ele seria favorito, salvo uma coisa: intenções de voto. Ele simplesmente não cresce e o tempo fica cada vez menor. Dos quatro citados, é quem mais representa a política tradicional, o establishment. O desgaste desse setor talvez seja uma âncora pesada demais para o candidato.

O CALENDÁRIO DOS TRILHOS EM FORTALEZA

A primeira etapa da linha sul do metrô de Fortaleza começou a operar, em fase de testes, em 18 de junho de 2012. Não era cobrada tarifa, mas os trens só circulavam de 8 horas até meio-dia, de segunda a sexta-feira. Foram muitos testes. A chamada operação assistida durou dois anos e três meses.

Em 1º de outubro de 2014, começou a operação comercial. O transporte deixou de ser gratuito, mas o funcionamento foi estendido para de 6h30min até 19 horas, e incluiu também os sábados. Faltavam ainda duas estações serem entregues.

Em 27 de setembro de 2016, começou a fase experimental do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), entre o Montese e a avenida Borges de Melo. Não transportava passageiros, mas podia ser visto pela população em pelo menos quatro viagens por dia, entre 10 e 11 horas.
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Ontem, foram inauguradas mais quatro estações, além das quatro que já estavam em funcionamento, e a operação assistida foi ampliada até o Papicu, sem cobrança de passagem e funcionando de seis horas até meio-dia.

Talvez seja coincidência, mas a entrega de trechos do transporte sobre os trilhos em Fortaleza tem tido sincronia com o calendário eleitoral. A linha sul entrou em testes semanas antes do início da campanha eleitoral para prefeito, em 2012.

A operação comercial teve início quatro dias antes do primeiro turno da eleição para governador em 2014.

O VLT entrou em fase experimental cinco dias antes da eleição para prefeito em 2016. Ontem, a entrega das novas estações e a ampliação da operação em testes ocorreu no último dia em que candidatos nas próximas eleições podem participar de inaugurações. A votação ocorre dentro de três meses.

Talvez seja coincidência, talvez não seja.

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