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Ofensivas à direita e esquerda ameaçam aliança de Ciro
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Ofensivas à direita e esquerda ameaçam aliança de Ciro

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Dentro de uma semana, começa o prazo das convenções partidárias e é espantoso como há indefinições sobre as alianças. Do bloco que ao menos se aproxima dos dois dígitos nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT) era quem parecia ter situação mais encaminhada. Porém, nas últimas 48 horas, a potencial coligação sofreu “ataque especulativo” que pode complicar bastante suas chances.

PERNAMBUCO FAZ O PSB BALANÇAR

O PSB vinha sendo apontado como aliança quase fechada, parceria preferencial e potencial vice de Ciro. Porém, o partido em Pernambuco tem se movimentado como pode para se aliar ao PT. O interesse é local. A vereadora petista Marília Arraes, neta de Miguel Arraes e prima de Eduardo Campos, é pré-candidata a governadora e tem se tornado empecilho à reeleição de Paulo Câmara (PSB). O PT de lá tem dito que só há uma hipótese de recuar na candidatura: se o PSB nacional apoiar formalmente a candidatura petista a presidente, de Luiz Inácio Lula da Silva ou quem vier a substituí-lo.

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Ontem, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, reuniu-se com Câmara (foto). Houve série de acenos mútuos. O governador disse que fará todos os esforços para que a aliança se concretize. Gleisi, por sua vez, também fez afagos ao PSB. O PT lidera as intenções de voto com Lula, mas sabe que o ex-presidente dificilmente conseguirá ser candidato, e não tem nenhum aliado até agora. Ou seja, a sigla que venceu as três últimas eleições nem tem candidato nem coligação a essa altura. Se consegue o PSB, seria um reforço de muito peso.

A maior resistência vem de São Paulo, onde o governador Márcio França (PSB) recebeu o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e tenta a reeleição. Gleisi fez aceno a ele e disse que o adversário prioritário petista naquele Estado não é França, que dá continuidade ao mandato tucano, e sim João Doria, candidato do PSDB ao governo paulista.
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Ou seja, pode ser que o PSB não se junte ao PT e siga mesmo com Ciro (foto). Porém, de quarta-feira para cá, o partido ficou um pouco mais distante do PDT e mais próximo do partido de Lula.

TEMER AMEAÇA TIRAR CARGOS SE PARTIDO APOIAR CIRO

Enquanto negocia à centro-esquerda, Ciro também mantém conversas avançadas com o blocão à centro-direita. Porém, o próprio Palácio do Planalto tenta atrapalhar. Conforme informou ontem o Estado de S.Paulo, o governo Michel Temer (MDB) ameaçou tirar os cargos do PP caso o partido apoie Ciro. O recado do Planalto teria sido: apoiem qualquer um, Menos Ciro.

Os cargos não são pouca coisa: os ministérios da Saúde, das Cidades, da Agricultura e a Caixa Econômica Federal.

O PP é o maior partido do chamado Centrão, o bloco que comanda o atraso na Câmara dos Deputados. Estão ao lado deles DEM, Solidariedade e PRB. Os comandos de PP e SD querem, ao menos até agora, fechar com Ciro. O presidente da Câmara e principal líder do DEM, Rodrigo Maia, defende o mesmo. Porém, PRB e parte do DEM preferem Alckmin. Se fizer o PP também balançar, o Planalto pode desequilibrar o jogo contra Ciro.

O candidato do PDT a presidente ainda pode fechar com todas essas siglas e ter uma das mais robustas coligações, numa campanha até agora liderada por nanicos com pouco tempo de televisão. Porém, pode se ver desfalcado dos dois lados da coligação que já pareceu estar mais próxima, embora ainda seja possível.

 

Foto do Érico Firmo

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