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O papel federal na segurança pública
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O papel federal na segurança pública

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O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, visita Fortaleza hoje para o lançamento da pedra fundamental do Laboratório Integrado de Segurança Pública, que reunirá pesquisadores no Ceará com objetivo de desenvolver tecnologias em segurança pública. O modelo do equipamento ainda não está claro, mas, em princípio, é uma ideia sensacional. Mas não é disso que eu quero falar.

Segurança pública será um dos temas cruciais desta eleição, em particular o papel do Governo Federal nessa área. Este ano, foi criado um ministério específico para a área, algo inédito. Até agora, não ficou muito claro qual seu papel. O Rio de Janeiro está sob intervenção federal e essa é a parte mais visível. Para além disso, ainda não ficou evidenciado qual o papel desse ministério. Num assunto do qual tanto se fala, tampouco está claro o que pensam os candidatos a presidente sobre a pasta. Irão mantê-la?

Os elementos para avaliar o trabalho do ministério até agora são poucos. Mas não são nada bons. É cedo para um juízo definitivo. Mas tomando o Rio de Janeiro como melhor referência: sob intervenção, o número de tiroteios registrados cresceu. Aumentou 36% nos primeiros quatro meses, na comparação com os quatro meses antes da intervenção. Resultado que não pode ser classificado como menos que tenebroso.

Na semana passada, a intervenção recebeu permissão do Tribunal de Contas da União para contratar sem licitação. Justiça se faça que se costuma dispensar concorrência pública por coisa muito menos séria que uma intervenção militar diante do colapso da segurança, Mas, em estado com tamanha crise de corrupção, dispensar licitações é de causar arrepios e o retorno da operação, por outro lado, ainda não parece compensar.

Sobre o ministério, que a União precisa assumir papel de coordenação das políticas de segurança me parece fora de questão. Só não fez isso antes porque os presidentes não queriam puxar para si ainda mais problema. Porém, a forma como isso tem sido feito parece problemática, errática, sem rumo.
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POLÍTICA E FUTEBOL NA CRISE DA SELEÇÃO ARGENTINA

A seleção argentina foi o fiasco mais anunciado desta Copa do Mundo e a situação combina com a que atravessa o governo do presidente Mauricio Macri - com direito a greve geral, queda de popularidade, na esteira de crise econômica com inflação alta e desvalorização da moeda. Para além das coincidências, Macri também é personagem da crise no futebol.

Macri foi alçado à carreira política pelo futebol. Entre 1996 e 2007, foi presidente do Boca Juniors. No período, o clube ganhou quatro de seus seis títulos da Taça Libertadores da América - e de lá para cá nunca mais ganhou. Estava no cargo quando ingressou na vida política e foi eleito deputado, em 2005. Só deixou a direção do Boca Juniors em 2007, ao ser eleito prefeito de Buenos Aires. Emplacou um aliado para substituí-lo à frente do clube e seguiu voz influente nas decisões do time de futebol.

Reeleito prefeito, pavimentou seu caminho rumo à presidência. Enquanto era candidato ao comando do Poder Executivo do País, no fim de 2015, a Associação de Futebol Argentino (AFA) elegia dirigente para substituir Julio Grondona, que ficou no cargo 35 anos, até morrer. Macri apoiou abertamente a candidatura de Marcelo Tinelli, o apresentador de televisão mais popular do País, contra o presidente interino Luis Segura. A votação terminou empatada: 38 a 38. Com um detalhe: eram 75 votantes. A soma dos votos deu 76. Havia um voto a mais. A eleição foi anulada e uma nova foi marcada.

Entre uma votação e outra, Macri assumiu a presidência. Então, decretou intervenção no futebol argentino, afastou os dirigentes e nomeou outros para o lugar. Chamou de “comitê de regularização”. Ao final da intervenção, foi aclamado para o cargo Claudio Tapia. Em tamanha crise, o comando do futebol foi entregue ao dirigente do inexpressivo clube de Buenos Aires Barracas Central, da terceira divisão.

Tapia chegou a ser funcionário das empresas de Macri e tornou-se amigo do atual presidente na época em que o atual presidente era prefeito de Buenos Aires.

A crise da Argentina não está distante da crise do futebol argentino. A interferência política e dos políticos no esporte explica muito da situação em que a equipe de Messi mergulhou.

Ontem, o último título da seleção argentina no futebol completou 25 anos. Foi a Copa América de 1993. E olhe que o País vizinho tem o maior jogador de futebol deste século.

Foto do Érico Firmo

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