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O presidente virá dos nanicos?
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O presidente virá dos nanicos?

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Os parâmetros usados para entender as eleições nas últimas duas décadas não se enquadram, até agora, no pleito deste ano. Sem Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os líderes são Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). São de dois partidos nanicos. Não têm um governador. A Rede tem um prefeito de capital — Macapá. Somados, os partidos têm bancada de dez deputados.

Menos de meio PRB. Podem ganhar a eleição? Podem. Aliás, o que não é capaz de acontecer nesse Brasil em que vivemos nos últimos três anos. Porém, é totalmente fora da lógica eleitoral que foi construída desde os anos 1990. A última vez que um presidente foi eleito por partido tão pequeno, sofreu impeachment na metade do mandato.

Há 24 anos, para vencer eleição é necessária estrutura partidária, capilaridade, sólido arco de apoios, tempo de rádio e TV. Se qualquer dos dois vencer, essa lógica terá sido rompida.

Ciro Gomes também não está num partido que seja propriamente uma potência. A bancada do PDT é a metade do PSD, por exemplo. Porém, o partido é muito maior que Rede e PSL, a perspectiva de alianças também. E a sigla tem a vantagem de ter lá sua força em governos estaduais. Entre esses três, ele larga na frente do ponto de vista dos alicerces da candidatura. 

A CHANCE DE ALCKMIN

O maior partido a pontuar de forma minimamente relevante nas pesquisas tem sido o PSDB. E o desempenho tem sido um fiasco. Geraldo Alckmin varia de 6% a 7%. Pífio para quem já disputou segundo turno de eleição presidencial e foi governador do maior estado do País por mais de 12 anos.

Mesmo assim, Ciro afirma reiteradamente que acredita que o tucano estará no segundo turno. “Alckmin tá lá embaixo, passando o pão que o diabo amassou, não decola, mas fatalmente crescerá”, disse. O ex-governador cearense pode ter muitos defeitos, mas conhece política. Pode-se discordar dele em tudo, mas há de se reconhecer que não é um idiota. Então, por que aposta na candidatura que parece mais sem rumo?

Simples: Alckmin tem requisitos que sempre fizeram presidentes em eleições anteriores. Um grande partido, muitos apoiadores, financiadores. Então, com esses atributos, Ciro acredita que ele vai subir. Faz sentido? Faz.

Porém, esse é um critério que valeu até 2014. Tanta coisa aconteceu, a turbulência foi de tal dimensão, que nada garante que o que valia antes continuará a valer agora. Até porque a Alckmin faltam atributos que outros vitoriosos apresentavam. Por exemplo: em 2010, dois meses antes da eleição, Dilma Rousseff (PT) já estava na casa dos 30%. Nas últimas décadas, foi quem saiu de patamar mais baixo para ganhar.

Aliás, para ir ao segundo turno, Alckmin precisa antes garantir que será candidato. Tem gente no PSDB que prefere João Doria no lugar dele. A eventual troca seria uma surpresa para mim. O partido sempre foi comandado por caciques, sobretudo paulistanos. Há um pequeno grupo consolidado e uma fila difícil de furar. Para ser ungido, Doria precisaria da bênção de algum dos cardeais tucanos. Mas, a maioria está combalida demais por denúncias. Além disso, Doria deixou todo mundo desconfiado depois que se voltou contra Alckmin, que o bancou para ser prefeito de São Paulo.

Mesmo com tudo isso, a situação do tucano é tão ruim que ainda há quem queira rifá-lo a esta altura. 

QUANTOS PREJUÍZOS CABEM NO ACQUARIO?

O aquário da Praia de Iracema é um dos mais rocambolescos investimentos da história do Estado. Dispensaram a licitação e contrataram uma empresa dos Estados Unidos porque era a única forma de conseguir empréstimo de um banco de fomento de lá. O Governo do Ceará gastou na casa da centena de milhões na obra, o financiamento nunca saiu, a obra é um monstrengo inacabado, falta muito dinheiro para concluir, o que foi feito está se acabando, não aparece investidor interessado e o Estado não sabe o que fazer com aquilo.

Enquanto isso, a obra parada rende despesas. No sábado, O POVO Online noticiou o furto de equipamentos elétricos do local, supostamente com intenção de extrair o cobre dos materiais. Pela matéria, foi possível saber duas coisas:

1) Há segurança 24 horas contratada para vigiar o esqueleto do aquário. Está melhor, portanto, que muitos equipamentos e espaços públicos que funcionam.

2) Mesmo assim, patrimônio público é roubado de lá.

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